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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Dia 05 antes do natal.

Como tudo na vida, tudo, tem os seus prós e contras. O meu Blogue também tem esse dom e dualidade de deferências. Ao expor-me ao “ridículo”, de abrir o livro da minha vida num dos capítulos mais negros, tristes e dolorosos… para uns dá para o escárnio, para outros dá para meditar, actuar e demonstrarem gratidão. Os mais jovens que passaram, imensos momentos de alegria atrás de uma bola comigo a brincarem, estão nesse rol. Um desses jovens ontem levou-me às lágrimas, vindo ter comigo, contemplou-me com estas palavras que me mataram a fome e a sede por inúmeros dias. - “Senhor Jorge…sou um fã do seu Blogue e tenho muito respeito por si. No entanto tenho lido que o senhor está com problemas… dinheiro não tenho para lhe dar ou emprestar, mas não quero que o senhor passe fome mais a sua família. O que o senhor fez por mim e por alguns dos meus colegas do ALVA-RIO, ninguém o esquecerá. Os meus pais trabalham no campo e posso-lhes pedir do que produzimos para lhe dar… ” Aqui, com o rosto bem regado de lágrimas abracei-o e disse, amigo a coisa está muito má mesmo, mas por enquanto, com todos os meus “guerreiros” lá de casa estamos na luta. Não te preocupes. Tudo se há-de arranjar. Nisto invertemos os papeis deixei de ser eu o chorão… trocamos de galhardetes e disse-me ao ouvido: “senhor Jorge – Stikirizi - era o nosso grito de guerra. Aliás foi o maior desgosto desportivo da minha vida, termos que acabar… … era um projecto com cabeça tronco e membros. Meninos que eram preteridos noutros lados por serem “tamancos” e por outras razões de índole social e geográfica… tiveram a oportunidade de aprender e hoje alguns estão “aí para as curvas”...


Na hora exacta… inverteram-se posições… dispusemos de novas tácticas e num drible curto a jogada, deu o golo que ambos pretendíamos. Sei que se precisar, tenho mais um, ponta de lança para reforçar a minha equipa. Confesso que me apanhou desprevenido e me deu mais alento para não desistir de honrar o nome do meu amado e saudoso Pai. Assim como tenho recebido inúmeros “mimos” de muitas pessoas da Freguesia, da qual fui seu rosto e voz durante doze anos, como de outras andanças e giros… Não estou só. Cada vez gosto mais de ser quem sou e do caminho que trilhei até hoje, com penitências, erros de percurso, omissões em suma na autenticidade de um ser humano… “quem nunca pecou que atire a primeira pedra”. Jesus o proferiu.


Jesus algo de mim crê em ti. Como crê em Gandhi… Karol Józef Wojtyla… Martin de Luther king… Tenzin Gyatso… António Gonçalves, meu Pai… Antônio Vieira… … … Eu sempre fui, assim, um livro aberto, despojado e descomplexado. Quem gosta, gosta. Quem não gosta, não gosta. Tudo bem.


Mas neste triste fado, também tenho vivido estrondosos êxitos dos meus companheiros. Do Marquês… e agora do Pedro Henriques. Não é que o tipo através de uma “caixa descartável” de vinte e cinco “películas” que os Correios nos colocaram na mão, não fotografou um gato numa parreira – grande rato - com uma imagem pura de luminosidade e de tão sublime expressão que num universo de 3500 carteiros (mais coisa menos coisa) que produziram cerca de 87.500 fotografias, não está nas 200 finalistas candidatas às 10 finais para a elaboração de um selo oficial. Isto tudo baseado num concurso interno dos Correios. É obra! Merece a minha consideração e respeito profissional. Revejo-me no seu sucesso. Mas sobre os Correios de Vila Nova de Poiares, irão ouvir falar mais umas coisitas. Por falar no Pedro quero aqui testemunhar o quanto tenho aprendido com ele no amar de bem-querer os meus filhos. Ele para mim é um Pai extraordinário. Um pai de mão cheia. Porque falar do Pedro é falar de um indivíduo, com uma personalidade muito própria. Já tivemos uns desaguisados, leia-se confronto de cunhos peculiares. Eu também tenho cá um feitio! Mas a coisa entre nós lá vai... E tem outra coisa que muito admiro nele é frontal. Não diz uma coisa nas costas… outra pela frente. Somos iguaizinhos nisso. Dardejamos mas à boa maneira Portuguesa. Olhos nos olhos. Senhor Pedro a minha vénia com aplausos.


Dando outra volta… fico noutra rua.


Deste desabafo despido, tenho a honra de saber assobiar. Jogar limpo. Não faço nada sem avisar. Detesto ameaças debeladas. E não tenho medo de chamar os bois pelos nomes. E de ter colocado o dedo no nariz a dois indivíduos que se julgam superiores a tudo e a todos. Um nas costas do outro. E se as coisas estão assim deve-se ao facto de terem mexido com a minha família. Não me deixarem viver a minha cidadania sem ter direito a possuir análise crítica… e possuírem a presunção de serem – um mais que outro – os donos de toda a verdade. Fica aqui expresso já a lembrança que se no dia vinte e nove deste mês (desconheço a hora). Mas deve ser a do costume. Se a saúde deixar e outras vicissitudes o permitirem…vou assistir à Assembleia Municipal. Numa de público presente. Tipo turista, mas com mala pode a “visita” demorar… Aí tomarei nota se uns “rumores” se confirmam e se tal acontecer darei um ar da minha graça. Conversas de rua, de taberna ou de comensal aonde misturam o meu nome a mim não me afecta. Agora a mantidas nos “areópagos” certos essas já me dizem qualquer coisa. Vou dado à boa paz, mas se espantarem o “espantalho” que tenho dentro de mim, podem querer que a coisa vai dar jogo renhido. Eu não ameaço ninguém. Quem sou eu para tal!? Mas em defesa do meu nome e da minha cidadania jogo o jogo com as cartas que me endossarem e com os trunfos que nelas houver. Nunca vendi os meus princípios de cidadania a ninguém (lembra-se) não é agora que o faria. Nunca me acobardei na vida a nada, não é agora que o faria. Sempre na política assumi os meus actos, os mais conseguidos como os menos conseguidos, com honra e lealdade não era agora que os ia deixar órfãos.


JORGE GONÇALVES