“Estou abusivamente a abusar de mim…”
A “criar” compulsivamente um triste fim…
A encarar o “cúmulo” e o seu “amestrado”
Feição de sentir que algo já está marcado.
“Estou abusivamente a abusar de mim…”
O querer importunar a “bruta” humanidade
Segregando da embustice a única verdade.
Não me manjo da retórica nem do passado
Consumo apenas que o futuro está rasgado.
“Estou abusivamente a abusar de mim…”
Na dignidade de ter no apelido Gonçalves
Espólio de Pai. E Santo. Jesus nos, salves!
Dá-me força. Mais alento ainda, mas alado
De revelar esta oligarquia… do “nomeado”.
“Estou abusivamente a abusar de mim…”
Quero dormir a levitar na minha cidadania
A ir ao sabor do vento. De noite ou de dia.
“Estou abusivamente a abusar de mim…”
Olhos nos olhos - olhar e delatar este sistema
Que é deter-se sintonizado na mesma antena…
“Estou abusivamente a abusar de mim…”
Para entregar ao livre engenho, a preferência
De o povo recuperar a equidade como ciência.
“Estou abusivamente a abusar de mim…”
- Tudo tem um começo, meio e fim.
“Estou abusivamente a abusar de mim…”
Em cada um de nós existe um dom e fé.
Nada se vive sem acontecer…
Eu teimosamente escolhi ser:
- "Um Homem que prefere morrer de pé"
ALBERTO DE CANAVEZES