Abri os meus olhos e olhei
Para o teu olhar que me olhava.
Pensei porque me olhavas?
Senão para a minha triste alvura
E para esta velha e trépida figura.
Tu tão bela. Tanta, ilusões me criavas
Que me perdia no perdido… que estava
Que de me iludir no achado amar, chorei…
Eu quero sentir-me amado. Olhado.
Sentir um afago teu. Ser beijado…
Dizer-te por gestos… despreocupado.
Sou livre, divorciado, até mais sonhador
E estou na procura de um outro amor.
Eu quero-te amar sem culto nem tabus.
Galopar no teu corpo por horas infindas
Sentir os nossos corpos exaustos e nus
Entre arrepios de frio e calor sem cindas.
Eu quero-te amar só com palavras doces e ternas
Passear-me na tua alma entre orvalhos de ciúmes
Seguir os anos indecisos no rasto das tuas pernas
Sem te falar do meu lugar antigo, com queixumes.
ALBERTO CANAVEZES