Amor!
Quase que dormia
Dormia sonhando que sonhava vendo
Quanto querer que querendo sabia
Acordar do sonho que sonhei escrevendo!
_ Quase havia de tudo aqui,
De ti, p`ra mim deve, passar.
Todo o tudo moveu – se ali
Sempre distinto sem cá chegar.
Quase havia a dor funesta!
Quase havia a esperança morta!
Quase ficou o que resta
No beiral de nós, á tua porta.
Quase, se tudo havia,
Havia tudo de falar sem fim
Quem pudesse recordar podia
Lembrar o sonho assim:
Amor!
Quase que dormia,
Dormia sonhando que sonhava vendo
Quanto querer que querendo sabia
Acordar do sonho que sonhei escrevendo!
Alberto Canavezes