Escondi-me na sombra do vento
E flutuei nas ondas do teu corpo
Olhei!
E vi no meio de nós um momento
Que dormindo me fazia morto
E me matei…
Na certeza de ser tanto
Num sim de alento
Que ao ver
Que no teu olhar de espanto
Esperamos pelo relento
Até ser
Pela nossa quietude exausta
Um manto!
No perfil do teu adorno
Olhei
E era
Escusado em tanta beleza
Haver vergonha
Para fazer uma primavera
Se tu tens em cada estação de ti
Um fermento de quimera!
Sereia dos meus sonhos.
Que de perdida caminha
Não me julgues
Não me tentes
Em ventos de oceanos
Não empurres a neblina
Em ondulações de enganos.
Nenhum dos dois precisa do frio
E de nadar sem saber flutuar
Esperemos que do ribeiro vá para o rio
E deste, o sonho vá p’ró mar.
Sereia dos meus sonhos.
Que de perdida caminha
Não me julgues
Não me tentes
Em ventos de oceanos
Não empurres a neblina
Em ondulações de enganos.
Nenhum dos dois precisa do frio
E de nadar sem saber flutuar
Esperemos que do ribeiro vá para o rio
E deste, o sonho vá p’ró mar.
Alberto Canavezes