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terça-feira, 11 de outubro de 2011

"Ainda" sou eu!

Todas a histórias começam: - era uma vez. Mas esta história que quero convosco partilhar começa: - Uma vez era, uma criatura que começou a delirar quando via mais que duas pessoas juntas a conversar. Começou a conjecturar a teoria da conspiração e suores frios entre os sovacos. Tanto que tinha que abrir os braços de tal maneira que parecia o “Gary Cooper” no filme “Adeus às Armas” realizado em 1932. Por tal tique, o seu terapeuta aconselhou-o a usar de vez em quando o cabelo atado á “tery e boy” ou usar um chapéu á cowboy. Receituário prescrito, fármaco ostentado. Mandou apagar as luzes da “cidade” mais cedo e matou dois coelhos de uma cajadada só. Alivia a intensidade do buraco e o volume da claridade. Evitando aglomerações clandestinas tipo Partido Comunista Português antes do 25 de Abril de 1974. Até aqui parece tudo normal – mas não há bela sem senão – e então os batedores estando de olhos no “Índio” “Pierre Brice”, começaram a ter alguma dificuldade para o distinguir na escuridão. O "Pierre" é um tipo destemido sem medo de covardes que a troco de uns poiaritos azedos destrocam - se ao “Gary” – neste caso o mau da fita. “Brice” actualizado com as novas tecnologias constrói um blogue baseado num baú cheio de recordações histriónicas. E vai fustigando o “Cooper” com as suas próprias contradições. Faz um poema em sua homenagem. Escreve filosoficamente entre o acaso e o ocaso. Narra as mais díspares facetas do tal cowboy. E liricamente vais desgastando um “mito” além fronteiras. Neste turbilhão de incidências está instalado um trote pouco seguro para o “Cooper”. Tanto que mandou colocar duas charolas, uma em cada quadril do equídeo para não cair escancarado. Voltando aos batedores “armaram - a - puta” para o lado da Cova da Farronca. Ultimo sítio aonde se tinha avistado o “Índio” Já me esquecia de dizer o nome dos batedores: “Dupont et Dupond”. Sendo tão iguaizinhos, são tão parecidos com o “Gary” que para não terem o mesmo trauma de inferioridade vestem – se da mesma maneira, falam da mesma maneira, culpam – se da mesma maneira, actuam da mesma maneira que em tudo em que metem as mãos fica uma bandalheira de tal ordem que se assustam um ao outro. E foi o que aconteceu, de archote a petróleo nas mãos, apalparam tanto os resíduos que borraram as gadanhas com uma lesma que por lá andava perdida. Entre tanta merda e outras porcarias tinham logo que esborrachar a pobre da bicha. Com, medo que, aparecessem, os Protectores dos Animais, apontaram logo o dedo para o “culpado” para o “índio” que vive num enclave da Universidade da Cidade do “Gary Cooper”. Só que entre meio, fica a casa do cowboy. Este vendo os dois dedos e duas bengalas apontados na sua direcção salta do cavalo. Tira o chapéu da cabeça e começa a esbracejar na direcção do “Dupond e Dupond”. Borrados de medo lançam os archotes ao ar, e desatam a correr para a casa do “Gary” deixando atrás de si a Cova da Farronca em brasas. Aquilo parecia fogo-de-artifício de passagem de anos, tal a panóplia de resíduos lá empilhados. Vendo o que fizeram, desatam em uníssono a gritar: - “ligue para o Comandante dos Bombeiros”



- Esse! Esse sou… eu …paspalhões:



- Então ligue para o Responsável da Protecção Civil!



- Arre, seus burros… Sou euuuuuuuuuuu!



- Então ligue para o Responsável da Distrital do Bombeiros!



- “Vocês estão a brincar comigo” – aqui deu um jeito á crina… do cavalo e com duas sapatadas – não digo coices – para não melindrar o cavalo, expande-se: - “suas grandessíssimas bestas, não sabem que também sou eu o Responsável”. Aqui com um tique de vaidade que até o fogo em tom de solidariedade se quedou um pouco para dar hipótese aos ditos animais selvagens, para se colocarem a salvo. Tal foi o espanto das chamas...



- Então ligue para a Liga dos Bombeiros!



Aqui o “Gary Cooper”, engole em seco e diz: - “aí ainda não mando mas tenho tudo encaminhado para isso, o “cura” “milícias” tem rezado muito para isso... Nesta incomensurável confusão de quem é quem… e de inércia... os populares e o “Índio” “Pierre Brice” e uns militantes de Poiares na Cidadania cercaram o fogo e abafaram – no nas bentas do “Gary Cooper” e dos “Dupont et Dupont”.



Os “Dupont et Dupond” vendo o “Índio” apontam para ele e verbalizam em alto som: - “Gary”, olha, olha o sacana do “Índio”. Olha o “Índio”! Vamos agarra-lo agora. Agora nãos nos foge… …



- Sussurrou: - “Estejam calados seus cabrestos senão ele tira-me o protagonismo todo. Olhem o povo a olhar… Temos que fingir que ele também é o nosso herói. Seus jumentos. Não prestam para nada…blá...blá...blá... ” Disse isto... e ouviu - se que alguém relinchou. Quem foi não o sabemos. Mas desconfiamos...



JORGE GONÇALVES