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sábado, 29 de outubro de 2011

POEMA - A uma filha de luto.

Hoje ouvi uma filha desesperada a reverenciar quem a gerou:


- Porque me deixastes mãe? Porquê!?


E a sua dor num preito… ecoou.


E a minha alma chorou e dos seus olhos clangor lacrimejou.


- Porque me deixastes mãe? Porquê!?


E o seu amor no peito… reclamou.


E a minha calma arrojou e dos seus olhos amor e ar manejou.


- Porque me deixastes mãe? Porquê!?


E uma flor num eito… secou.


E de uma palma de respeito… vi nos seus olhos ardor e me olhou.


- Porque a deixastes mãe? Porquê!?


E um aí apertou, estreito no seu coração.


O dia anterior numa imagem de ilusão.


- Ainda ontem falamos as duas!


Diz – me qualquer coisa, fala comigo


Qual foi a sina escrita nas bermas das ruas


Que nos fez viver neste castigo!


Mãe! Mãe! Tantas privações e agruras


Vivemos no teu regaço as duas…


Mãe fala comigo, só um minuto...


Eu depois calo - me e aceito ficar de luto…


... ... ... ... ... ... ...


(Homenagem a Dona Isaura e familia/ Aldeia do Carvalho)


Alberto de Canavezes