Hoje ouvi uma filha desesperada a reverenciar quem a gerou:
- Porque me deixastes mãe? Porquê!?
E a sua dor num preito… ecoou.
E a minha alma chorou e dos seus olhos clangor lacrimejou.
- Porque me deixastes mãe? Porquê!?
E o seu amor no peito… reclamou.
E a minha calma arrojou e dos seus olhos amor e ar manejou.
- Porque me deixastes mãe? Porquê!?
E uma flor num eito… secou.
E de uma palma de respeito… vi nos seus olhos ardor e me olhou.
- Porque a deixastes mãe? Porquê!?
E um aí apertou, estreito no seu coração.
O dia anterior numa imagem de ilusão.
- Ainda ontem falamos as duas!
Diz – me qualquer coisa, fala comigo
Qual foi a sina escrita nas bermas das ruas
Que nos fez viver neste castigo!
Mãe! Mãe! Tantas privações e agruras
Vivemos no teu regaço as duas…
Mãe fala comigo, só um minuto...
Eu depois calo - me e aceito ficar de luto…
... ... ... ... ... ... ...
(Homenagem a Dona Isaura e familia/ Aldeia do Carvalho)
Alberto de Canavezes