Não falem nada hoje. Senso – me repelido.
Pressinto que uma mercê me vai acontecer
Sinto uma dor que sem ter fulgor me faz ferido
Entrementes ouço música, e finjo adormecer.
Ana Carolina e seu Jorge. - “Pra rua me levar”
“É isso aí”. Que Brasil tenho dentro das entranhas!
Minha pátria, minha madre. Que cortejo de encantar
Sou brasileiro eu gritei nas margens do Rio Ipiranga:
- “Independência ou morte”.
Eu estive lá. Sem ser nativo ainda. Sem saber falar…
Fui “regente” e “príncipe” indigente sem saber andar…
Falei a Jorge Amado, de "Teresa Batista Cansada de Guerra”.
O que ensinei a Roberto Carlos para ele ser "REI" a cantar!
Adormeci num sonho de Eurico Veríssimo e ele escreveu:
- “Olhai os Lírios do Campo”.
Brinquei com Maria Bethania e Caetano Veloso em São Salvador da Baía.
Era um bom rapaz… provoquei Cecília Meireles e ela ortografou:
“Retrato”
“Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?”
- Irmãos, eu quero paz!
Tony Ramos se não fosse eu… o que serias?
E você, António Fagundes teria esse charme?
Sónia Braga simbolizo… em si a mulher brasileira
Lembra - se dos nossos passeios pelo Leblom!?
Como é bom sentir – me poeta, divagar, imaginar…
Pedir ao Padre Américo: - baptiza-me no Amazonas.
Separa as águas do Atlântico e alimenta este meu “embaço”
Ir a pé a “Vera Cruz”. E entre Paulo Coelho criar meu espaço!
ALBERTO DE CANAVEZES