Vou partir para uma nova aventura
Galgar muros e barreiras. Sair daqui.
Irei sem rumo… sem nada que marque o tempo
Do passado quero só manter o nome
E do mais que esqueça, lembro sem censura
Que vivi nos impulsos de instintos… e daí
A causa e a ideia foram um momento
Perdidos na certeza de um pronome!
Quero divorciar – me de tudo que não é meu lugar
Descobrir um beco para parar e poder meditar
Fazer uma auto-critica e sem receio de me julgar
Ceder uma pena a mim mesmo sem nada agitar.
Vou partir para voltar a procurar
A minha paz a minha guerra
Encurtar a distância e recuperar
O meu espaço num pedaço de terra.
Que seja um campo de nada saber e ter cultura
Eliminar o arrebique e a altura. Ficar aí.
Assentar horas e recriar um passatempo
Numa parceria entre os espíritos… sem agnome
Sentir – me cansado e seco de imensa frescura
Sentar-me com vontade de andar… que se decai.
Altear quantas doses a utopia for um contratempo
Perdida na minha birra de fixar-me sem cognome!
Vou partir. Vou sair. Não vou fabular. Não vou abalar.
Partindo. Saindo. Vou estar. Vou ficar … … … … … … …
ALBERTO DE CANAVEZES