Tenho os dias marcados
Já vivi o dia e o mês
Em que vou morrer
Arrepio esse que na tez
Disfarça que alguma vez
O medo me vá surpreender!
Que alegria, que pecados
"Deus" me deu e o diabo fez
Que esse amanhecer
Suba o sol a uma altivez
Até eu contar até três
E fechar os olhos e adormecer!
Quero dormir nos braços de meu pai
Quero fugir dos meus erros num ai…
E baloiçar para lá e para cá, num fica e sai
Cessando com quem minha alma vai!
Não me chegarei a ninguém conhecido
Como não me rodearei de nenhum amigo
Quero saborear o inferno desprotegido
Espiar o purgatório e ver no paraíso um castigo!
Pela força da força perdida arrojar
Desafiar “Deus” e o diabo perguntando:
- Como foram capazes de licenciar
Que eu surgisse e alasse até aqui chegando!?
ALBERTO DE CANAVEZES