Eu queria tanto voar…
Voar nos teus braços
Amar-te …
Beijar-te…
Eu não pertenço a ninguém
Sou descasado…
Não tenho argola
Os dedos nasceram sem ela
Detesto ouro…
Odeio adornos ou bugigangas
Posso alar e dar à sola
Não sou cristão nem mouro
Poderia ser só teu…
Caminhar por todos os lados e bandas
Fazer parar os ponteiros da idade
E subir… subir e apanhar uma estrela do céu
Cair com ela no teu regaço
Fazer dela… um trunfo e no seu apogeu
Reclamar o nosso espaço…
E fugir… fugir e sonhar ter uma trela de réu
Esconder nela… um trunfo e no seu apogeu
Proclamar o nosso terraço
E ungir… ungir e assinalar ter uma vela ao léu
Deixando a cera acasalar a nossa união
Deixando fazer de dois um só coração!
ALBERTO DE CANAVEZES