Não tenho medo da sorte e do juízo da morte
Tão escasso do seu bálsamo a paz e o silêncio
Que nem sempre a inteligência e a consciência
Conferem os impulsos do seu fumo ou incenso
Baralhando o engenho da vida e as suas cinzas
Com o viver por viver na vida sem saber andar
Ao lado da alforria, da cidadania sem as provar.
Sinto que algo em mim está de saída. Que bom.
Sinto poder que me persegue que não dá a cara
Não olho para trás. Aguço o odor da sua sombra
Mas podem trazer arraias… barulho e muito som
Não me prostrarão. Eu da dubiedade tiro a vara
Com a qual agitarei tudo no voar de uma pomba.
ALBERTO DE CANAVEZES