Tenho medo que a alma me fuja por entre os lábios
Não merecer a sua presença e estadia no meu corpo
A ânsia de tudo idear saber, distancia-me dos sábios
E faz jus que a minha vida, são passos de um morto.
Salivo cada escrita no sumo de uma palavra relatada
Mastigo cada frase como tenta-se ter avidez de nada!
Existem estrelas no firmamento, o sol a lua… o vácuo
Imensos enganos, verdades, mentiras… uns réprobos
Coisas visíveis outras ocultas…em que não me abarco
Eu sou um plebeu sem terra um do povo entre povos
De tantos livros que me rodeio amo a sua mensagem
O seu silêncio… Cogito que as penso como um pajem.
Agora que me emaranho nestes tumultos de embargo
De me emitir mediante ideais de cidadania e liberdade
Não me atinge que digam e outros me chamem parvo
Não sou ninguém. Sou eu. Eu em mim. Em probidade.
Não sou arcado a ser pior que os bons e um dos maus
Numa arvoredo de perguntas e respostas sem degraus.
Vivo numa nativa para o tosco. Sem charrua de cultura
Gemo que é estar na rua sem água para ter agricultura.
ALBERTO DE CANAVEZES