Adoro um fragmento, de confusão
Uma pirraça, dom de uma arritmia
Moro, num decepado naco de chão
Que acha baralhar a noite dum dia.
Tenho um pensamento, uma ilusão
De possuir uma quimera, em ferida
Não nego fogacho nem inquietação
De suplicar o quanto ela é aguerrida.
Ouço burburinhos daqui e dali. Artigos.
Não me amedrontam nem me afastam
São desses sussurros que me alimento
E que por muitos vocábulos me matam.
Querem-me traste melífluo ou acidifico
Tanto me faz. Conforme me deu ou dá
Aonde resido agora, obedeço e me fico
Estou na ilharga, de vos esperar por cá.
ALBERTO DE CANAVEZES