Como vai,
Oh! Comadre Mari-Benta
Como tem passado!?
Eu bem muito obrigado.
E você anda rija
Como a lama
Ou não!?
Não me diga
Que queria ir para a cama!?
Isto é que é uma vida
Mais pequena
Que comprida.
É tarde!?
Não “mo lo” diga.
Viesse mais cedo
Oh, ainda queria
Ser uma esbelta rapariga!?
Talvez uma cachopa
Para não ser rapaz
E ir para a tropa!?
Ou quer que lhe dê
Com uma mão lorpa e morta
Porque o pior cego
É aquele que não vê
E fica sentado “á” porta…
Olá menina Deolinda.
Olá graciosa
Donzela.
Olha-me para ela
Toda vaidosa
A espreitar da janela.
Como vai o seu marido!?
Como está a senhora!?
Não deixe o olhar perdido
Conquanto vai-se a hora…
Vá fazer as migas
Não se queda vá embora
Deixe para as raparigas
A eira e as espigas
Mais… “las” barbas de milho
O resto mande às malvas
E o restante prás ortigas.
Viva menina Deo linda
Deusa das Deusas de aquém
Ande depressa e bem
Corra e fuja da gente
Não fique por cá mais alguém.
Que lengalenga sem chatice
Que indumentaria alegre
Foi o Tony que o disse.
É só para a minha mãe
A mais ninguém serve.
(Tributo a um primo de minha mãe. Por quem ela hoje chora e se veste de luto.)
ALBERTO DE CANAVEZES