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quinta-feira, 22 de março de 2012

A postura de um silêncio. Uma tese para não ser Doutor.

Por minha iniciativa: o silêncio.



Auscultei. Arrazoei. Vi. Indaguei. Em suma andei por aí a colocar a mobília no sítio e a arear o pó. Apercebi-me de muita coisa. Induzi em mim novos ares e respiros num acumular de razões e emoções. Convictamente existem assomos dentro de mim, que cultivo com as minhas rugas e cabelos brancos. Existe um momento no tempo, em que todos os nossos sonhos se confundem com as premissas: cedidas, ganhas e perdidas. E neste contexto e similitude de postura perante a vida e a morte, não posso perder de mim o que de melhor cultivo entre ambas que é aquilo que denomino ser: o eu em mim. Como tal adjectivei – nestes sete dias de “repouso” sem retiro - inúmeras considerações. As quais transcrevo sem impiedosas intenções ou falsas modéstias de conclusões. Assim, afirmo:



1. Vivo num Concelho amarfanhado. Cheio de prestidigitações e dado ao tosco. Aliás, tal e qual o estado do País.



2. Não me conformo em ser um idiota - que opina e pensa – e fique subjugado ou submisso, a interesses que pontualmente – é a moda – factual.



3. Recuso-me linearmente, que quem quer que seja, queira viver por mim a minha vida. Não sou propriedade de ninguém, muito menos arrecadação para que se acomodem a seu preclaro aprazimento. Tão pouco cercado de intenções.



4. Denoto a sordidez de uns tantos. Os comensais do regime. Os apaniguados da “coisa, do desatino”. Uns imberbes moços de recados. Uns que julgam que por serem ricos, acorrentam atras de si a cultura e a sapiência, e que só precisam para tal, de prestar subserviência e aquiescência há “coisa do desatino”.



5. Lamentavelmente (vou) assistindo, ao despudor de ver pessoas com obrigações políticas – por livre iniciativa - dizer desta argamassa de chorrilho de bestealidades o que o Muçulmano não diz do toucinho. Lavando as mãos como Pilatos. Quando estão metidos nisto até ao pescoço. Pior que o pior é quem lhe fomenta as diatribes do nosso descalabro de cidadania, sociedade e de soberania.



6. Não sei o que me aguarda no futuro – sei que o presente – não me é muito favorável em todas as suas componentes. Mas teimosamente e escandalosamente, subsisto e luto… No entanto posso afirmar categoricamente que ou o sistema vigente na nossa paróquia arrepia caminho, ou irá cair desamparadamente sem apelo nem agravo. Não pense qualquer labrego, que nos irá impingir uma ave de gaiola por ave de rapina. Ou vice-versa. Não pense ou pensem que um imparcial – que permite terços desabrigados numa “horta” comensal – será nos proposto, para ser o nosso rosto e voz. Nem ousem coloca-lo como pretendente. Isso iria cair “O Carmo e a Trindade”.



7. Para os postilhões do templo afirmo categoricamente: Não serei, candidato a nada. Mesmo nada. Não coloquem frases na minha boca que nunca as proferi. Ou actos nos meus braços que nunca os efectuei. Só equaciono tal efeméride se me sair o “Euro milhões”. Como as probabilidades são muito ténues, descansem. Não esfervilhem, em água muito gélida. Esperem para ver. Limitem-se a isso. Única e exclusivamente.



8. Não me espelho no partido da oposição, para apoiar uma sua candidatura. Muito menos nas intenções de um partido coligado – a nível nacional - com o partido que alberga a “coisa do desatino”. Serão iniciativas que considero purulentas… e enfermas de derrota à nascença. Não sejamos burros. Sejamos emocionalmente fortes, e cultivemos o sentir emocional com o pensar da razão. Só ambas nos levarão ao desidrato que todos os cidadãos livres pretendem. Restabelecer a nossa cidadania. Derrotar esta peçonhenta “coisa, do desatino”.



9. Lancei um repto que é: Movimento Poiares na Cidadania. Mantenho esse pensamento, essa intenção. Ele será o que todos, mas todos pretendemos. Teremos que efectuar assinaturas para a sua formalização e pretensão de apresentar uma candidatura livre ao Município e também às Freguesias (a manterem-se). Teremos que burocraticamente diligenciar e formular a sua homologação. Teremos que lutar com armas desiguais, contra a mediocridade política reinante desta República e consequente democracia. Aqueles que desfrutaram da nossa confiança ao longo destes últimos anos, e sucessivamente têm defraudado as nossas espectativas. Utilizando-nos como meninos do seu coro. Por mim, chega e basta. As cúpulas nacionais de ambos estão empestadas de gente de índole duvidosa, que por artes e saberes dissimulados, enriquecem sem por isso darem conta. Usam e abusam do estar no estado do Estado para fazerem do seu estado um estado escorreito de bênçãos e mordomias.



10. Serei parte activa neste propósito. Militante mesmo. Sei o espaço que pretendo e os trilhos e caminhos que buscarei no seu afinco de edificação. Jamais pactuarei, com dissonâncias de partidarites agudas ou transviadas.



11. Possuo “regimentos”, para me alimentar por essas andanças. Tenho material pirotécnico para fazer a festa sem grandes despesas. Compilei o que é necessário. Arquivei em devido sítio a reitoria dos meus saberes.



12. Estarei disponível para edificar uma agenda de intervenção cívica.



13.Exigirei responsabilidades pela “coisa, do desatino”, sem contemplações. Alguém me diz quanto é que é, o “calote” da “coisa, do desatino”. Os “inerentes” se calhar não o sabem!



14. Por indução/dedução social ou política, todos temos que fomentar uma postura de denúncia activa e participativa. Tanto no nosso quotidiano – dia a dia – ou inclusive nas redes sociais. Esta mixórdia de bestealidades acíclicas tem que acabar. Caso contrário ficamos debotados por nós mesmos ao declínio geracional de uma sociedade. E na sua penhora activa. Podemos estar perante uma arteirice intelectual e cristalização da nossa identidade como cidadãos.



15. A promiscuidade de quem é quem no nosso contexto de municipalidade, confunde os traços mais primários e básicos hasteados por uma democracia. Dá para a olho nu, interpretar que estamos no arroubo de uma oligocracia a raiar um facho ditatorial. E tudo isto acontece com a nossa permissividade e conivência eleitoral. Acomodados estamos. Acomodados ficamos. Até quando!?



16. A tormenta que nos espera é diabolicamente extenuante e difícil. As raízes da “coisa, do desatino” estão de tal maneira impregnadas e alicerçadas sem pudor que o descaramento de não haver vergonha nenhuma, chega ao ponto de se fechar a porta da sede da municipalidade para se acariciar os tempos do pai da “coisa, do desatino”. Isto nem o mais ordinário dos déspotas o proclamaram. Releia-se a História Nacional ou a História Universal.



17. Chega-se ao ponto de não haver rebuços de esgrimir todos os meios para atingir todas as finalidades. Manuseia-se tudo e todos para manietar a cidadania de quem ouse fazer frente a tal possesso labrego. Porque um cidadão dito democrata pode ter a tipologia de um labrego. Jamais o contrário, ou seja, um intrépido labrego consegue ser um democrata genuíno.



18. Estou aqui. Estou cá. Tenho um passado na causa pública que fala por mim. Em todas as áreas. Em todas as funções. Não tenho nada a provar a ninguém. Muito menos a carreirista ou subordinados públicos ao interesse da “coisa, do desatino”. E assim sendo, tenho um manancial de conhecimentos que me permitem clamar aos quatro ventos, para esta corja parasitária que não os temo. Que não lhe vou dar descanso. Mas posso, altruisticamente, deixar um aviso: arredem-se enquanto o tempo não arranje maneira no tempo de vos julgar. A espiral sem fundo da irresponsabilidade tende a acabar, mal que não seja para dar um ar “de graça” nesta famigerada democracia. Senão o povo dará consigo nas ruas a barafustar estas nojices. E (há) falta de apanhar os tubarões maiores na “rede” apanha a petinga mais à mão. Como a Lei de Lavoisier. É “… de Lá Palice”. Non!



19. Será que a façanha que orienta esta “coisa, do desatino”, não se queda. Já não tem a decência de saber que tudo que nasce morre! Tude que sobe desce! Que até o maior dos impérios, caiu! Que David derrotou Golias!



20. Estou disponível. Mas para coisas que valham a pena. Não para fragmentar. Não para o que a “coisa, do desatino”, foi mestra em fazer “ dividir para reinar”. Junto no seu todo e não pelas suas partes, estou pronto para a “remontada”. Pelos princípios e subprincípios dos subprincípios, poderei equacionar a minha presença na barricada, nos antípodas da “coisa, do desatino”. Caso contrário, fico-me na procura de mim mesmo. Sozinho. Sem medo, ou medos. Mas como diz o ditado: “mais vale só que mal acompanhado”.



21. Caso fique a pregar sozinho. Não darei um único “tostão" para casos perdidos, ou alimentarei qualquer labrego.



22. Não tenho dúvidas que levarei a carta a Garcia. Que darei muito boa conta do recado. A minha confiança é, e está inabalável.



23. Exulto os assíduos leitores do meu Blogue, para darem uma olhadela pelo Jornal de Poiares, de 04 de Agosto de 2000, Edição nº76/Ano VII. Cujo Director era o saudoso Prof. José Morais. Páginas: 8/9/10 e 11. Vejam como doze anos depois, “os meus delírios” se aplicam no contexto de dinâmica actual.



24. Exulto todos a irem às próximas Assembleias Municipais. Serão muito esclarecedoras do estado da nação local. A próxima ordinária será para sabermos das contas do ano passado. E já agora de outras contas.



25. Que a partir de hoje tenhamos a coragem e a dignidade para dar a estes cerca de 100,4 km2 de terra, uma alma nova. Um oxigénio límpido e calibrado no espirito do verdadeiro 25 de Abril.




ALBERTO DE CANAVEZES / JORGE GONÇALVES