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sábado, 3 de novembro de 2012

POEMA -Teimosia de não ser obstinado…

Quedo-me ao pé da minha sombra
Reparo em algo que aparte de mim
Que adeja nas asas de uma pomba
E que no partir já é dado a um fim.

Existem eternidades, horas e tempos
Que a morte nos trás vida e silêncios.
Existem eras, desforras e momentos
Que açoitam chamas a uivar incensos.  

Eu procuro-me a olhar em redor sem nada ver
E tenho que do muito que desejo o descubro.
Distante fica o meu traslado de perto o saber
Na fineza do manto que me destapo e cubro.

Que nos tempos que se passaram e nos que onde vir
Eu pretendo-me convencer sem nunca me persuadir.
ALBERTO DE CANAVEZES