DE QUANDO EM QUANDO
De quando em quando
Purgamos enigmas
Voluteamos arestas
Gritamos alerta
- Alerta estou!
Desbravamos florestas
Voragens de negrura
Borrifos aguados de pranto
Rodilhas de fulgor
Que apeadas num quanto
São pouco mais que nada
Depois da dor!
De quando em quando
Praguejamos paradigmas
Provocamos, arrestas
Estacamos de porta aberta
- Aberta ficou!
Espiamos de todas as frestas
Bafagens de agrura
Cacifos arrumados de canto
Pilhas de ardor
Que andadas num tanto
São mais que uma toada
Réstia de cor!
De quando em quando
Rogamos estigmas
Comutamos sestas
Acordamos pela certa
- Certa pespegou!
Cochichamos entre testas:
Personagens sem figura
Grifos desfraldados num pranto
Cilhas de pudor
Que deitadas de quebranto
São o forjo da enfunada
Começo dum rumor!
Alberto de Canavezes
Risca Silva, 2009-01-30
2009-02-07