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sábado, 27 de dezembro de 2014

A "Menina/Senhora" da tribo do Futebol!

E a bola saltou dos seus pés como uma flor que rebenta na Primavera. Rolou pelo chão e escarrapachou-se pela relva verde do seu jardim real. No seu encalce anichou-a numa meiga e longa caricia pelo véu que ampara a baliza do seu reino de sonhos! Ali naquele nicho do seu recreio ouve sempre o culminar de um bruaá de gritos e aplausos.
A Menina/Senhora que nasceu com a poesia dos poetas as aguarelas dos pintores e prosa dos escritores na sua mente só pode fintar o belo da arte porque os deuses do Olímpio lhe traçaram a sina de dar alma e afecto ao globo esférico do seu mundo.
O seu olhar de ver diz-lhe sempre que o melhor de si está na humildade com que é servil ao sempre aprender e saber mais e melhor na procura de ser mais apta, capaz e competente.
A cada passo ou corrida parece existir sempre um anjo que lhe ampara o seu alar ao vento tal a sagacidade da sua entrega e disponibilidade mental e física.
Lembra-me o “King” Eusébio o portento insaciável! Lembra-me Cristiano Ronaldo o mouro de trabalho e criador do seu talento! Lembra-me o Messi o herdador do talento inato que polvilha os tutelados pelo acaso! A Menina/Senhora tem deste terno de gala a virtude que nenhum tem dos outros!  
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Alberto de Canavezes

O outro natal do Natal!

Neste Natal
Senti um arrepio de frio
Algo que me aqueceu a alma
Algo que me deixou meio vazio
Cheio de incertezas e incensos
Que me empurrou para a margem
Que separa um riacho de um rio!
 
Ouvi mais uma vez falar de um menino
Que depois se fez homem e espalhou
Uma semente nova pela humanidade!
Adoro como sempre a história do nascido
Admiro como sempre a mensagem do adulto.
Anatematizo a tradução da retórica da sua fé
Porque o resultado quase sempre como culto
Provém dos cincos sentidos da mais baixa ralé!
 
Em seu nome:
Rouba-se.
Mata-se.
Apeia-se a cidadania dos mais indigentes!
Escraviza-se a alma de imensos inocentes!
Que Sanha! A que sina eu assisto!?

(Salve! Mundano Francisco)
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Alberto de Canavezes

Pomos do teu pó!

Necessito de me aconchegar a ti
E calcar a tua sombra nos teus passos
Sentir-me imensamente forte e só  
E minguar de idade e continuar velho
Atado num nada de muito sem nó!
Calcorrear qualquer beco e quelho
A erguer e joeirar pomos do teu pó!  

Quero trepar pelo teu corpo e voar
Descobrir-te a cada beijo e carinho
Agrupar as duas partes de cada um
Gemer um silêncio que não o ouças
Mas que o sintas na soada do prazer
Entre o sonhar, acordar e alvorecer!
 
Que o sol se envergonhe do luar da lua
Que a Lua se aperte ao raiar da nossa fadiga
Que as estrelas te atem na sina da mesma rua
Finjam o nosso bem-querer como uma intriga  
E me façam vadiar pela tua sombra bela e nua!
 
Alberto de Canavezes

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

... o pó do meu corpo!

A, cada dia que passa julgo-me mais idealista! Julgo ser alguém que suspira uma vida cheia de pequenas coisas e menores causas já que o que me aguarda é a imensidão do silêncio! Respeito a fineza dos meus sentidos com lealdade e proveito e o pó do meu corpo como algo sublime, resistente e perpétuo. A morte é uma circunstância da vida extraordinária. Define o quanto fomos o nosso: - eu em mim!
A sua imprevisibilidade torna-se latente a cada dia que passa, aos longos dias que nos sustentam o presente e ao intimismo que desposa com o prometido no futuro.
Recuso-me ter nascido só para morrer. Quem vive intensamente o que faz e faz disso uma porção constante e compartida jamais se emoldura no anonimato das “almas” finadas e idas!
Sou autêntico e a autenticidade disso predispõem-me ao perdurar o tempo do meu tempo no tempo que virá no tempo através da sumula dos meus defeitos, virtudes, conceitos, dogmas e cepticismo… Serei descodificado sem ter direito ao contraditório mas esse mérito traduz o que sempre sou (e fui) em vida: - uma pessoalidade transitória sem o preconceito... do que os outros julgam de mim!
Alberto de Canavezes