LENDA DE XISTO
Pretendo fazer do nosso amor uma lenda
No Reino do Rei Arunce e sua filha Peralta
Refugiar – me num castelo em plena serra
E amar-te na torre de menagem mais alta
Rezar com um rosário de xisto, orações
Na Ermida da Senhora da Piedade
Ofertar o nosso foral de emoções.
Aos velhinhos que já tiveram a nossa idade.
Coscuvilhar na ramagem da carqueja
O pólen do mel e azáfama da abelha
Temperar com neve o nosso amor
Nas folhas secas colhidas em cada quelha
Que contem a nossa lenda
Por valeiros e outeiros
Que o façam e gritem do Candal
E que marche pelos montes e pardieiros
Até se espalhar pelo Reino de Portugal.
No fim, quero enroupar o corpo de lã
Beijar-te, escodear, uma castanha
E suspirar: - Bom dia Lousã!
Que contem a nossa lenda
Por valeiros e outeiros
Que o façam e gritem do Candal
E que marche pelos montes e pardieiros
Até se espalhar pelo Reino de Portugal.
No fim, quero enroupar o corpo de lã
Beijar-te, escodear, uma castanha
E suspirar: - Bom dia Lousã!
ALBERTO DE CANAVEZES