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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Ano bom para assobiar e aplaudir!

Aviso:
Enfia a carapuça quem quiser ou se achar distraído.

Se eu nascesse para determinadas pessoas gostarem de mim certamente teria rasgado as entranhas de minha Mãe barrado em chocolate. Entre outros aspectos certamente andava sempre "lambidinho" e "chuchadinho"!
Não nasci para fazer fretes a ninguém. Sempre me regi por fundamentos de imparcialidade e representatividade. Usei – e uso - esses predicados em todos os momentos da minha vida com relevo para todos os cargos públicos que assumi. Nunca criei a mitigação de dar a uns porque sim, porque me apetece e a outros porque não, sectariamente.
Fui inúmeras vezes sufragado e sempre tive uma identidade, um cunho próprio e soube ser rosto e voz de que me delegou representatividade sem me incomodar com que os outros diziam de mim. Detesto viver para ser agradado por alguns “gregos” e bendizido por alguns “troianos”. Preocupo-me – sempre me preocupei - com aqueles que me deram as “luzes da ribalta” (e nunca a apagaram enquanto estive disponível para estar em palco). O meu guião foi sempre interpretar as minhas competências e dar-lhes alma e vida. Os impactos nefastos dessa lealdade para mim eram medalhas de bom comportamento.
As pessoas ou me aceitam como sou ou temos pena!
Abandonei a politica quando quis e como quis!
… … …
De tanto andar na boca de alguns artistas “estadistas de presépio” que sabem mais da minha vida do que eu, está na altura de lhes dar outra ocupação. Preocupações politicas.
Excelsos campesinos da honradez e impoluta conduta cívica e social eis-me agora num ano bom.
- Quero ver se aqueles que se dão com tudo e todos e que quando se submetem a serem eleitos… nunca são escolhidos para nada, pulam outra vez para o “teatro”!?
- Quero saber se alguns que estão em cena continuam sobranceiros, arrogantes e com nariz empinado ou se se grassam numa guloseima gelatinosa!? – diga-se fora de prazo.
- Quero ver quanta vergonha vai haver nalguns que estão de saída e que tencionam deixar sucessão dinástica encapotada!? (Clarifique-se: Sem levedura autárquica.)
- Quero ver se ainda existe vontade nalguns de se voltarem a recandidatar/candidatar refugiando-se num estatuto que não ostentam nem possuem. Um candidato a eleito tem que ser cândido.  Vocês conhecem pelo menos um que saiu da politica com essa honestidade intelectual e o criticam no alto do mais sublime caralho. Calma! Refiro-me ao cesto fixado nas antigas naus. Pois vocês navegam sempre em águas muito tranquilas, calmas e claras…
- Quero ver se os proeminentes do anterior regime que enchiam listas e mais listas ainda estão disponíveis para demonstrarem as suas mais leais e enraizadas convicções!?
- Quero ver quem se disponibiliza a abrir a porta e a acender as luzes da sede do partido que deixou o poder e diga com saciedade à sociedade quantos militantes ainda possui, quantas reuniões foram feitas, quantas actas e afins foram exaradas…  desde que a coisa teve o seu fim…!?

(Quando me apetecer continua.)    

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Obama ... e a Europa! ( I )

Hoje um populista associal assumiu o lugar deixado vago por um individuo oriundo do arco-íris da tolerância democrática, étnica, religiosa e emigrante – a génese colectiva da sua pátria. Obama representa uma atitude de indulto da história para com o sonho que milhões de pessoas procuraram na América. Obama representa para mim a definição de quem se faz rosto e voz de um passado com memória e se adestra a um presente com história. Obama postou a Africa na América e inocentou a Europa da sua mesquinhez… Obama honrou a democracia plural e agitou com mestria e charme os brejos dos interesses instalados sem estilhaçar valores, princípios, razões, fundamentos, conceitos filosóficos daqueles que se sentem iguais nas diferenças de cada um. Custa-me entender como uma pátria omnipresente que adopta um dos sonhos de Martin Luther King… logo depois se espelhe num ruivo preconceituoso e xenófobo…
O populismo desta película também graça na Europa- – que a esmagadora maioria dos políticos negam entender. Mas tal medrança deve-se ao facto de se fazer politica com a ligeireza dos acomodados a chavões de lados – esquerda e direita – em detrimento das alturas dos seus acontecimentos e comprimentos do seu alcance. Ou seja, intrinsecamente os tempos não são só dos membros laterais, mas do corpo que os sustenta, também. Urge redescobrir a descoberta de um conceito democrático alicerçado nas opções dos caminhos que se escolhem para chegar ao que todos assumem como a cividade ideal.

O radicalismo que suporta a intolerância e o desprezo pelas fragilidades alheias institui a propagação da indiferença ruidosa e estigmatização silenciosa. Culpando quem vem lá e a denuncia da presença de quem chegou como o mal de todas as desgraças é o acordo tácito dos que os “acolhem” e dos que os denunciam. Temos que definir regras de cortesia que absorvam a essência de cada um no plural de todos nós.