VISITAS

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Obama ... e a Europa! ( I )

Hoje um populista associal assumiu o lugar deixado vago por um individuo oriundo do arco-íris da tolerância democrática, étnica, religiosa e emigrante – a génese colectiva da sua pátria. Obama representa uma atitude de indulto da história para com o sonho que milhões de pessoas procuraram na América. Obama representa para mim a definição de quem se faz rosto e voz de um passado com memória e se adestra a um presente com história. Obama postou a Africa na América e inocentou a Europa da sua mesquinhez… Obama honrou a democracia plural e agitou com mestria e charme os brejos dos interesses instalados sem estilhaçar valores, princípios, razões, fundamentos, conceitos filosóficos daqueles que se sentem iguais nas diferenças de cada um. Custa-me entender como uma pátria omnipresente que adopta um dos sonhos de Martin Luther King… logo depois se espelhe num ruivo preconceituoso e xenófobo…
O populismo desta película também graça na Europa- – que a esmagadora maioria dos políticos negam entender. Mas tal medrança deve-se ao facto de se fazer politica com a ligeireza dos acomodados a chavões de lados – esquerda e direita – em detrimento das alturas dos seus acontecimentos e comprimentos do seu alcance. Ou seja, intrinsecamente os tempos não são só dos membros laterais, mas do corpo que os sustenta, também. Urge redescobrir a descoberta de um conceito democrático alicerçado nas opções dos caminhos que se escolhem para chegar ao que todos assumem como a cividade ideal.

O radicalismo que suporta a intolerância e o desprezo pelas fragilidades alheias institui a propagação da indiferença ruidosa e estigmatização silenciosa. Culpando quem vem lá e a denuncia da presença de quem chegou como o mal de todas as desgraças é o acordo tácito dos que os “acolhem” e dos que os denunciam. Temos que definir regras de cortesia que absorvam a essência de cada um no plural de todos nós.