A realidade que nos acossa todos
os dias assusta-me e encandeia-me a minha noção de democracia pluralista.
Vivemos numa sociedade acrítica. Perniciosamente
acéfala. Cada qual é por si só um justiceiro. A cegueira do fanatismo e a
benevolência da intolerância é o primado da lógica. Não há presunção de inocência
e julga-se conforme as conveniências. Instrumentaliza-se o acontecimento e o seu
momento em conformidade com clientelas. Não se cultiva a meritocracia. Vive-se
da cosmética e bonitinho em detrimento da eficiência e do funcional. Desvaloriza-se
a argumentação e impinge-se rótulos de populismos e outras minudências viloas
para a caracterizar. A nossa classe
politica tornou-se uma “família” numa genealogia oligarca e desprestigiante para
os fundamentos de uma republica. Os partidos políticos tornaram-se “turmas” restringidas.
Os baluartes que regram a nossa
sociedade, civil, social. politica, desportiva, cultural, económica… estão numa
decadência administrativa cínica e ética depauperada. A impunidade grassa para
os preponderantes que “treinam” connosco neste rectângulo à beira mar plantado.
Nunca respondem pelos seus delitos e somos sempre requisitados para os saldar. Nunca
os trabalhadores perderam tantos direitos. Ouvimos e lemos benefícios e no exercício
dos mesmos a realidade é uma farsa. Somos penalizados por padrões de
assiduidade e comportamentais… com um cheiro mofoso e proveito a cilada e cativeiro.
A mulher é vitima de uma hipocrisia frívola, denominada, quota. Quem é igual,
não goza da cidadania por caridade de parcelas.
….
Insta espevitar neurónios e
esqueletos. Criar contrariedades a razões sistémicas padronizadas. Incentivar vagas
de retórica. Delatar interesses e oportunismos instituídos.
Em palavreado rural temos que podar a "coisa".