POEMAS - Uma Imagem para ti!

Uma imagem para ti!

“Abri os olhos e sem esmolar: - vi que advim
Não o instei a ninguém, tão pouco o pedi
Para mim após a denúncia: - um arroubo
Por aqui sitiado quinhoo espaços
Troco sombras por alvura – que seja.
E espremo e exprimo: um roubo.

Exauriu -se a paz, floresceu a peleja!”
Trabalho eu!?
- Ganancioso, serei para uma manada.
Durmo eu!?
Preguiçoso, serei para gente ressabiada.
Falo eu!? Sarrazino, mirares de penetrante.
Nada profiro!!?

Sou um inepto arrogante.
Quem os pariu!?
Que os pariu!
Putativa é a mente
Que se esquece que morre de vida

E emerge de um delírio silencioso.

Assoma: - “o seres tu em ti”

E jamais terás medo do nada e do tudo.

Não persigas, percebe o gérmen
E ninguém vestido de Entrudo

Comungará contigo uma praga
Que traga disfarçado: - um Amem!
Anda caminha e procura a tua paz
Se não o fizeres tu, quem o fará?

E se, não o fores capaz
Não abjures a tua vontade
E começa de novo e faz!
Tantas quantas vezes for preciso
Entre os tais… … estarei eu.
De sentinela com um sorriso.

Alberto de Canavezes

POEMAS - Reflexos de mim

REFLEXOS DE MIM

Olhando olho o espelho do quarto

Contemplei um perfeito amigo

Druida que jamais dá conversa

Esconde – se quando me desvio

Plagia gestos, arfa lábios

Vive me mim, porto de abrigo

Apronto-me, abalo de casa

Imagino eu, que me abraça

Escolta – me deitado no chão

Por qualquer ruela, quina…praça

Seduz – me com motins o coração

Dá de âncora, afago… asa

Induzo que será meu ancião

Um dos seus descendentes, meu autor

Alma do mesmo fole: coração

Levedado por afectos, amor.

Detenho-me, escuto e olho

Esquadrinho tudo em meu redor

Almejo um punhado de rugas

Cabelos melancólicos sem fim

Palpito sem dúvidas ou fugas:

- Existirem silhuetas em mim.

Alberto de Canavezes

POEMAS - Recantos

Recantos

Pelos quatro recantos do mundo

Falam Camões; Cantam Amália

Dá -se poesia em Pessoa

Agasalham saudade com cal

Merendam sardinha, tendo broa

Quando viajo nas nuvens do céu

Ao encontro da língua, um irmão

Ouço fandango, vira e malhão

Cravo uma bandeira no chapéu

E levo o hino no coração

Em cada onda do oceano

Existe sabor a caravelas

Força ousada dum lusitano

Historietas de ninfas belas

Em casa, ninho dos meus retratos

Ancora, meu cais, ou fora dela

Desato a alma da janela

Miro a lua, o mesmo homem

Alquebrado com silvas às costas

Julgo – me o porteiro do mundo

Ver Portugal em todas as portas.

Alberto de Canavezes

POEMAS - Recados

Recado

Emprestaste – me uma pergunta

Depois dum recado que me deste

Forjei uma história junta

Compondo um percurso pedestre

Inculquei contradita resposta

Ganhei ideias, perdi os medos

Trajo a tua voz em aposta

Rubrico escrita de enredos

Um segredo é sempre uma prenda

Algo que as palavras revelam

Haveres confiados sem renda

Algo que os ouvidos amparam

Quem honra um frete: apregoa

Refugia… apela… suspira

Espera que alguma pessoa

O partilhe consigo um dia

Quem ama solta, ar abatido

Favorece o ar inflamado

Espera que alguém distraído

Cerque… algeme o tal recado

Quem o colhe por vezes nada tem

Por vezes ausenta – se, nada diz

Julga – se por aqui… ali…além

Só… sem ter ideia de ser feliz.

Alberto de Canavezes

Risca Silva, 2008-11-15

Eu em mim!

Recuso -me ter nascido só para morrer.
Vivo na Universidade Universal mais conhecida dos Planetas: - Risca Silva.
Sou livre de pensamento nunca submisso a “partidarites” ou “clubites” agudas.
Dar a conhecer a evolução do pensamento de Individualidades… dentro da máxima :-“ …o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira.
Para uns quantos:
- Se trabalho sou ganancioso;
- Se estou a dormir sou preguiçoso;
- Se falo muito tenho a mania que sou inteligente;
- Se não falo tenho a mania que sou importante.
Faça o que fizer, sou sempre susceptível de críticas.
Mas a tranquilidade que esses arrufos me dão: - está como a manteiga no nariz de um cão!