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terça-feira, 5 de junho de 2012

POEMA – O ANIMAL POLÍTICO E O ANIMAL/ANIMAL.

Fui para semear milho na eira
capinar leitugas na arca da adega
fui ao curral da vaca
mamar das suas tetas
alcancei uma grande bebedeira
... e para mais…
que para outras tantas petas
escolhi entre os demais
o gado…
que entre todos os animais
coçam-me de tretas:
- os políticos.

“Para mamar na sua mãe e na alheia…”
ajeitam patuleias de toscos e arabescos
apregoam palavras melífluas e sonantes
apregoam peixeiradas de uns anos (nos frescos)
e deliciam-se ao receber as cruzes dos “debutantes).

Neste andar de agora, um andar por velho novo
usam gravata, envernizam as unhas… comem polvo
unidos, mugidos e obstipados nas feiras entre o povo
exclamam: - não sou a solução, sou o problema, mas resolvo!

Não são o nosso rosto nem voz…
os nossos braços ou pernas…
Depois de eleitos e no poleiro
são como um homossexuais não assumidos:
- “… está dito está dito”.
São como os heterossexuais mal resolvidos:
- “… a nossa relação é um conflito”.
São uns lambões…
fazem de nós gelatina e um pudim
e aonde metem os dedos da mão
o buraco do produto interno do bruto
(das nossa partes comuns) não tem fim.
Tornam-se gestores… e mealheiros governados
ás ordens do Sr. Euros e outros ignorados.
Fumegam muito quando pensam um nadinha
só fazem aquilo que na sanita evacuamos á rasquinha.  
O cheiro é diferente
porque se fosse correspondente
as moscas mutantes que somos de espécime: - gente
reciclava-os para estrume e fertilizante
para tornar este pedaço de terra mais reprodutor
pró-activo e interessante.
“Muda-se de moleiro não se muda de ladrão”
diz-se… dizem-no… eu não!
não digo tanto… digo mais
nesta república
a farinha é que não presta
e o fermento também não
só se aproveitam mesmo: - os animais/ animais.
… … … … … …
ALBERTO DE CANAVEZES