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terça-feira, 5 de junho de 2012

POEMA – Pendência de épocas!

Não olhes para mim, assim… olha-me de outra maneira.

Procura  achar  o  momento que  o nosso olhar se perdeu
e  não me enganes com o pestanejar das tuas promessas
incendeia em  nós  o fogo que não  arde  porque já ardeu
e ilumina a nossa gesta e deleite de candeias às avessas.

Podíamos pernoitar  num povoado sem  chão nem Olimpo
percorrer montanhas de planaltos, serranias,lezírias e rios
e ambos morrer de fomes de amores e de carinhos únicos
como reaparecer de marés de ventos cálidos e muito frios.

Fala-me do ontem e  do mesmo tempo que por nós passou
navega em mim como uma caravela sem âncora em deriva
afoga-me no teu caderno de ideias e folhas que ele rasgou
porque entre qualquer palavra açoitada alguma nos abriga.
ALBERTO DE CANAVEZES