A, cada dia que passa julgo-me
mais idealista! Julgo ser alguém que suspira uma vida cheia de pequenas coisas
e menores causas já que o que me aguarda é a imensidão do silêncio! Respeito a
fineza dos meus sentidos com lealdade e proveito e o pó do meu corpo como algo
sublime, resistente e perpétuo. A morte é uma circunstância da vida extraordinária.
Define o quanto fomos o nosso: - eu em mim!
A sua imprevisibilidade
torna-se latente a cada dia que passa, aos longos dias que nos sustentam o
presente e ao intimismo que desposa com o prometido no futuro.
Recuso-me ter nascido só para morrer.
Quem vive intensamente o que faz e faz disso uma porção constante e compartida
jamais se emoldura no anonimato das “almas” finadas e idas!
Sou autêntico e a
autenticidade disso predispõem-me ao perdurar o tempo do meu tempo no tempo que
virá no tempo através da sumula dos meus defeitos, virtudes, conceitos, dogmas
e cepticismo… Serei descodificado sem ter direito ao contraditório mas esse mérito
traduz o que sempre sou (e fui) em vida: - uma pessoalidade transitória sem o preconceito... do que os outros julgam de mim!
Alberto de Canavezes