No psiquiatra, Subjectivo, descreve os seus devaneios jurássicos. Definia-os assim por serem quase tão velhos como a moção que tinha das quase quatro décadas da sua universalidade...
- Doutor, conheço uma barraca partidária que mais não foi - e tem sido – que um albergue da vontade do seu “possessor”. Nas poucas vezes que não expediu – ou expede - fazia-se figurar como tal. Nunca nela foi permitido o contraditório prático nem tão pouco a alternância como preito de opção. Quem ousou – e ousa - ser diferente e colidiu – e colide - com a vontade do “possuidor”, foi – e é - verberado e traquejado com caricias regimentais por ele e “sô” sombras. E é – e foi - reputado na praça pública com os adjectivos próprios de quem amestrou o móbil da dita casa e via – e vê - fantasmas em tudo que tinha vida própria. Apropriou-se de ser – e é - o dente do siso de caracter, de quem abriu – e abre - a boca contra si.
- Um “obsesso” talvez, mas, não mais que isso! Disse o psiquiatra num tom mordaz e complacente.
Mas, vá continue. Liberte-se desse demónio que o reprime.
- Nos anos que mungiu – e brame - a casa impingiu o seu credo como o único caminho. Mangava com a sua representatividade… e misturava rosários de fartadelas, brochuras, bródios, galanteios, combustivos, e afins... Usou e abusou do seu aspecto público… e caldeou cálculos com rasgos e tendências.
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Irrompe com o seu guarda-livros e fez com que os leitores – os que só sabem ler as primeiras e ultimas vinte páginas de um volume - da sua livralhada, o estimassem como um protagonista da sua própria biografia. E tenta protagonizar a sua sucessão com uma candura e perfil de monoteísta estéril. Não conseguindo fertilizar a sua sucessão com a tranquilidade necessária e afirma que um “eco” protagoniza uma “avidez corrigida”. Aprontando-se para fazer um valente jogo de matraquilhos.
Aonde existe esta privada é um sítio desprovido de história colectiva, de cultura e de gente livre e sem espaço de cidadania. Que enfrenta a noite às escuras dando luminosidade a parques radicais da sua alameda …
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- Você fala do passado como o presente fosse o seu futuro, Subjectivo.
Tenha mais afoiteza e fé.
- Fé Doutor!? Perdi a fé.
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Alberto de Canavezes