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terça-feira, 16 de julho de 2013

O EsPelHo dAs sOmBrAs!

Olho-me ao espelho e vejo o meu herói preferido. Mas reparo que ostenta imensos cabelos brancos. Imensas rugas na cara e dispõem de um semblante cansado. Exausto, mesmo. No olhar ressalva um brilho que se confunde com o seu sempre e agora. As ideias de ontem são os ideais de hoje e nesse reflexo se dispõem todas as suas sombras. Essa luminosidade incendeia a sua autenticidade e a sua recusa em só ter nascido para morrer. Não expressa altivez subversiva. Tão pouco tacanhice impulsiva. Cultiva o “eu em mim” e sente-se dele, uma áurea de lealdade a princípios, no seu oceano de liberdade. Não se refugia na desculpa fácil nem se nega a assumir os seus equívocos e omissões. Não coagiu o acto aleatório dos movimentos da vida ao pernicioso de malsinar a realidade em proveito próprio. E sobre isso – ao desdenhar de uns - faz emergir um sorriso num júbilo de tranquilidade. Mas malogradamente deixou de acreditar no Deus a que todos ocorrem para socorrerem os seus bons e maus intentos.
A sua própria existência sustenta-a num deus menor de equilíbrios. Num sémen embuçado amorosamente de emoções e afectos … … … … … …  

Interpretando a sua companhia, afirmo, é bom sentir a pele, de quem se, respeita.

Alberto de Canavezes.