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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

POEMA -O silêncio de um papel e a alma de uma palavra – o livro!

A, noite desperta em mim um espaço calmo de paz e de guerra.
Faz-me ser um pastor sem rebanho e um lavrador sem terra.
Abriga-me do sol e dá-me a luz do luar num tapume de asteriscos
e faz-me sonhar que flutuo entre epígrafes, palavras e uns riscos.

Coloco nas palmas das mãos a alma
e o ego amuado entre os dedos ...
cogito… e penso que gatafunho.
Cubro-me de letras e frases feitas
e quando experimento medos
alquebro-me numa página sem fé
e resolvo as minhas maleitas.
Deixo-me para trás na folha de um livro
arrastando-me com recônditas injúrias
e tento aprumar-me pé ante pé
e dar vida ao que amo e tanto sirvo
sem dar aso à paz ou há maior das fúrias.
E resignado fico um réu sem ré…

Um papel não tem vida, aguarda a descrição dos sentidos
Para ser uma página que respira os nossos achados e perdidos!
ALBERTO DE CANAVEZES