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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Analogias II

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Estava noite. O escuro imperava sobre os escombros das sombras… o breu da maresia da madrugada era espiolhado por palavras que obtinham aromas olímpicos. Deus era pronunciado “a torto e a direito”, por tudo e por nada.
Na rua era esta a sua missão:
- Deus queira que a malta vá lá dentro, traga, o dinheiro e não se aleije…
- Deus permita que só deem pelo assalto, muito tempo depois…
- Calma. Olha que acenderam uma luz. Deus queira que não nos ouçam…
- Cala-te longe vá o agoiro. Achas que Deus vai permitir que tal coisa aconteça? …
- Em ultimo caso, se quem lá estiver nos avistar, e se portar mal, nem Deus lhe vale, leva um tiro nos cornos e temos pena!
- Pois. Se tiver que ser, Deus nos ajude.
 … …
Dentro de casa era esta a sua função:
- Mau. Mau! Ouço passos lá fora… Quem será meu Deus? E creio que ouço alguém a conversar… será que estou com alucinações, meu Deus!? Deus me valha.
Se calhar é alguém a passar e eu estou a fazer filmes, Deus me perdoe.
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Desta pousada verbal aonde Deus fica estacionado e comprometido com a virtude do dano e o erro proveitoso, existe sempre a ambiguidade do queixume. No fracasso de uma das partes… justifica-se a causa com a sua vontade. De todo não aprecio esta jactância pardacenta de uma Igreja que se alimenta de qual for a consequência desse acto. A deidade de um dogma não se pode doar ao sujeito no seu tempo e no seu espaço, mas sim á forma desse tempo e ocupação desse espaço pelo sujeito. Ai nasce o padrão da ética e o plano da civilidade entre todos os seres humanos. Porque existem opções para sermos transeuntes agora não se faça disso um percurso paralelo, em que uma estrada tem sinalização vertical e a outra fica alheia a essa regulação. As regras e tratados são para ser interpretados com juízo não com a prudência. A prudência é o reflexo dessa propositura.  
Que leviandade perniciosa e consentida esta! Invocar "O Santo Nome de Deus" por tudo e por nada.… …
Alberto de Canavezes