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sábado, 1 de março de 2025

O estar oval numa postura quadrada.

O que ontem se passou na Sala Oval da Casa Branca, foi uma cilada ao direito internacional, diplomacia e liberdade.

Volodymyr Zelensky, foi exposto a uma representatividade que nem ele nem os seus conselheiros o perspetivaram, assim como todos nós.

Desconfiava que algo adviesse de aviltante. De impositivo, coercivo e até mesmo de repugnante. Mas confesso que ultrapassou tudo isso e muito mais. O que se viveu por lá foi uma exumação do nacional-socialismo e do sovietismo, nu, puro e cru.

Tudo foi orquestrado. Ouve uma caixa de ressonância entre Washington, D.C e Moscovo. O desfastio do poder. Adulterou-se anos de dogmas e princípios e misturaram-se razões para tudo se tornar possível. Uns porque a ânsia de poder ultrapassa o império dos czares… e outros porque usam as abas do chapéu dos cowboys para negarem que os índios são deles todos, os únicos que não tem origem de imigrante. Como, mesmo fazendo muros, querem transpor as suas margens, por crenças, seduções, propósitos e referências inauditas e despropositadas violando o direito internacional.

- Engenhos do surreal.

Ao que os dois polos até aqui antagónicos, chegaram! Agora atraem-se.

Numa velha Europa, que se acantonou em dar guarida a todos os vizinhos dos vizinhos, amotinando princípios e os seus maiores valores de identidade até à sua fronteira / Ucrânia, sente ratos no porão nos seus alicerces. Um pacto, aliança e compromisso não se cultivam em ter terra por terra, mas sim pelos que coabitam nesse espaço, desde que tenham as mesmas razões de cidadania e preceito de liberdade.  

Vejam quem alimenta os radicalismos. Vejam o populismo a emergir pela especificidade sociológica, demográfica, cultural e de iliteracia política de cada país, tendo como elo / polo a imigração.  

Haja uma quarentena de bom senso democrático na arena da alternância. De saber que existem várias alternativas de caminhos para cultivar uma sociedade mais justa e equilibrada. Contudo, que tenha nos seus fundamentos, prescrições de saúde que sustentem o seu corpo imune a profetas da desgraça e de graças.

O Presidente Zelensky, representa para a Europa o rosto e voz de todos os seus valores e desafios. Mesmo não estando na União Europeia, nem faça parte da NATO. Ontem, resistiu ao Judas Iscariotes da NATO que o tentou comprar por “trinta moedas”.

Hoje aguarda que a Europa o atufe de afeições, mas muito particularmente incorpore o seu país de pleno direito na sua agenda de deveres e obrigações.  

Os dois compinchas, merecem essa “afronta” como deferência diplomática dos europeus.