O que ontem se passou na Sala Oval
da Casa Branca, foi uma cilada ao direito internacional, diplomacia e liberdade.
Volodymyr Zelensky, foi exposto a
uma representatividade que nem ele nem os seus conselheiros o perspetivaram,
assim como todos nós.
Desconfiava que algo adviesse de aviltante.
De impositivo, coercivo e até mesmo de repugnante. Mas confesso que ultrapassou
tudo isso e muito mais. O que se viveu por lá foi uma exumação do nacional-socialismo
e do sovietismo, nu, puro e cru.
Tudo foi orquestrado. Ouve uma
caixa de ressonância entre Washington, D.C e Moscovo. O desfastio do poder. Adulterou-se
anos de dogmas e princípios e misturaram-se razões para tudo se tornar possível.
Uns porque a ânsia de poder ultrapassa o império dos czares… e outros porque
usam as abas do chapéu dos cowboys para negarem que os índios são deles todos,
os únicos que não tem origem de imigrante. Como, mesmo fazendo muros, querem transpor
as suas margens, por crenças, seduções, propósitos e referências inauditas e
despropositadas violando o direito internacional.
- Engenhos do surreal.
Ao que os dois polos até aqui antagónicos,
chegaram! Agora atraem-se.
Numa velha Europa, que se acantonou
em dar guarida a todos os vizinhos dos vizinhos, amotinando princípios e os
seus maiores valores de identidade até à sua fronteira / Ucrânia, sente ratos
no porão nos seus alicerces. Um pacto, aliança e compromisso não se cultivam em
ter terra por terra, mas sim pelos que coabitam nesse espaço, desde que tenham as
mesmas razões de cidadania e preceito de liberdade.
Vejam quem alimenta os
radicalismos. Vejam o populismo a emergir pela especificidade sociológica, demográfica,
cultural e de iliteracia política de cada país, tendo como elo / polo a imigração.
Haja uma quarentena de bom senso democrático
na arena da alternância. De saber que existem várias alternativas de caminhos
para cultivar uma sociedade mais justa e equilibrada. Contudo, que tenha nos
seus fundamentos, prescrições de saúde que sustentem o seu corpo imune a
profetas da desgraça e de graças.
O Presidente Zelensky, representa
para a Europa o rosto e voz de todos os seus valores e desafios. Mesmo não
estando na União Europeia, nem faça parte da NATO. Ontem, resistiu ao Judas Iscariotes
da NATO que o tentou comprar por “trinta moedas”.
Hoje aguarda que a Europa o atufe de afeições, mas muito particularmente incorpore o seu país de pleno direito na sua agenda de deveres e obrigações.
Os dois compinchas, merecem essa “afronta”
como deferência diplomática dos europeus.