Hoje
acordei como um “ladrão” que rouba um pão da prateleira antes do padeiro o
meter no balde dos excedentes. Não porque seja um insensível, mas porque não o
consegue fazer chegar a quem necessita e porque ninguém o comprou ou se
disponibilizou a leva-lo a quem ele matava a fome. Esta é a sociedade em que
vivemos este é o mundo que permitimos.
Os
políticos actuais, fazem politica no sentido de quem faz compras num
supermercado. Na
fila despertam-nos alternativas para consumo, mas nunca para proteger a nossa fidúcia.
A sua dialéctica já não se interlaça com dogmas filosóficos de existência e
sociedades perfeitas, mas são uma adaptação aos mundos dos algoritmos que se
sobrepõem á realidade dos factos e coisas. Temos tendência para sermos isto ou
aquilo e somos invadidos por esses “árbitros” que nos subverbetem - através de
um imperativo bem negativo, - as regras do jogo e impingem as factualidades
necessárias para eles próprios sobreviverem como tribo. E assim, se uns nos dizem,
vai pela direita, outros dizem-nos vai pela esquerda. E nunca o imortal poeta,
teve tanta razão como José Régio. Temos que possuir o discernimento nestas
circunstâncias deveras inusitadas e únicas de partilhar o:
…
… …
“Não
sei por onde vou,
Não
sei para onde vou
Sei
que não vou por aí.”
E
neste Cântico Negro é que nós temos que sobreviver e nos fazer ouvir.
Creio
que nunca na minha vida, meditei tanto como agora. E mais eu, confinado ao silêncio
dos meus “procederes”. Paramos tudo para
podermos resistir. E em cada recanto de nós e dos nossos, pretendemos
sobreviver.
Ouvimos
uns a dizer que as revoluções são o cenário ideal para se poder virar uma página
e a outros que o virar da página pode-se fazer-se tradicionalmente. Os da
revolução derribam tudo e mais alguns e impõem-se. Os conservadores dizem que
basta cuspir no dedo e a humidade agarra a folha e vira-a, e quem não sofrer de
lassidão apanha essa boleia. A grosso modo esta imagem traduz a nossa classe
politica.
Mas
isto no enredo que hoje vivemos não pode ser. Não podemos excluir ninguém. Não
podemos empurrar uns para o abismo e conter outros para o mundo gravitar.
Ouvimos,
sumidades a dizer que tem que haver despedimentos para que a economia possa reagir e
criar riqueza. Isso era no ontem, antes de haver o hoje e sabermos como podemos
estar amanhã. Temos que ser criativos. Imaginativos. Ousados. Não deixarmos que
as novas tecnologias se adiantem numa alvorada elitista e os velhos chavões subsistam
na sua sombra.
Se
está mal, tem que estar para todos. Se não há possibilidades de todos
trabalharem no mesmo fuso horário. Dividimos a metade. Uns trabalham no fuso da
manhã outros no da tarde.Quiçá, uns fazerem o turno diurno e outros o nocturno. 24 horas de trabalho por dia para num ano, fazermos dois de mão de obra Se tivermos que considerar outras contribuições e
impostos que tenham um código de barras categórico: - o prazo de validade,
de se ser humano e a sua dignidade.