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sábado, 18 de abril de 2020

Viver a poesia da vida!


Hoje acordei como um “ladrão” que rouba um pão da prateleira antes do padeiro o meter no balde dos excedentes. Não porque seja um insensível, mas porque não o consegue fazer chegar a quem necessita e porque ninguém o comprou ou se disponibilizou a leva-lo a quem ele matava a fome. Esta é a sociedade em que vivemos este é o mundo que permitimos.
Os políticos actuais, fazem politica no sentido de quem faz compras num supermercado. Na fila despertam-nos alternativas para consumo, mas nunca para proteger a nossa fidúcia. A sua dialéctica já não se interlaça com dogmas filosóficos de existência e sociedades perfeitas, mas são uma adaptação aos mundos dos algoritmos que se sobrepõem á realidade dos factos e coisas. Temos tendência para sermos isto ou aquilo e somos invadidos por esses “árbitros” que nos subverbetem - através de um imperativo bem negativo, - as regras do jogo e impingem as factualidades necessárias para eles próprios sobreviverem como tribo. E assim, se uns nos dizem, vai pela direita, outros dizem-nos vai pela esquerda. E nunca o imortal poeta, teve tanta razão como José Régio. Temos que possuir o discernimento nestas circunstâncias deveras inusitadas e únicas de partilhar o:
… … …
“Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí.”
E neste Cântico Negro é que nós temos que sobreviver e nos fazer ouvir.  
Creio que nunca na minha vida, meditei tanto como agora. E mais eu, confinado ao silêncio dos meus “procederes”.  Paramos tudo para podermos resistir. E em cada recanto de nós e dos nossos, pretendemos sobreviver.
Ouvimos uns a dizer que as revoluções são o cenário ideal para se poder virar uma página e a outros que o virar da página pode-se fazer-se tradicionalmente. Os da revolução derribam tudo e mais alguns e impõem-se. Os conservadores dizem que basta cuspir no dedo e a humidade agarra a folha e vira-a, e quem não sofrer de lassidão apanha essa boleia. A grosso modo esta imagem traduz a nossa classe politica.
Mas isto no enredo que hoje vivemos não pode ser. Não podemos excluir ninguém. Não podemos empurrar uns para o abismo e conter outros para o mundo gravitar.
Ouvimos, sumidades a dizer que tem que haver despedimentos para que a economia possa reagir e criar riqueza. Isso era no ontem, antes de haver o hoje e sabermos como podemos estar amanhã. Temos que ser criativos. Imaginativos. Ousados. Não deixarmos que as novas tecnologias se adiantem numa alvorada elitista e os velhos chavões subsistam na sua sombra.  
Se está mal, tem que estar para todos. Se não há possibilidades de todos trabalharem no mesmo fuso horário. Dividimos a metade. Uns trabalham no fuso da manhã outros no da tarde.Quiçá, uns fazerem o turno diurno e outros o nocturno. 24 horas de trabalho por dia para num ano, fazermos dois de mão de obra Se tivermos que considerar outras contribuições e impostos que tenham um código de barras categórico: - o prazo de validade, de se ser humano e a sua dignidade.