“Estamos noutro patamar”,
vociferam. (Jesus já o diz, não o Messias, mas o Jorge do futebol). Inteiros ou
mesmo a metade os deputados da Assembleia da Republica não sofrem de
"layoff", continuam com as mesmas mordomias e a cada “aí” nosso,
respondem ou consentem esta solução: - “ajudas do Estado implicam mais
impostos”.
Ok. A malta continua confinado
a um distanciamento social de tal ilustre casta. Estamos habituados. Por isso o
nosso aparente sucesso perante esta pandemia. Muito isolamento, muito
adestramento, mesmo.
O 25 de Abril é uma data muito
relevante da nossa história. Esse dia colocou-nos um cravo na lapela depois de
conquistar o cano de uma G3, após esta, silenciosamente ter apeado uma ditadura
do poleiro. Deu-nos uma Constituição aonde o Paraíso em livros sagrados não
possui tanto enlevo. A Constituição tornou-se uma miragem, um intento
metafísico, restando-nos o Paraíso como o único espaço que nos possa
proporcionar a ilusão de podermos ser felizes, um dia. A nossa classe politica
criou uma carapaça de infalíveis e intangíveis. Antigamente íamos da província
com uma mala de cartão na mão, pé descalço e roto à procura de Lisboa e dos
seus efeitos e enfeites sociais. Hoje quem parte para lá, é um zé ninguém da
politica que se torna um ti-homezito eleito e sem que se saiba que ganhou um
prémio de sorte, fica rico. Veste roupa gourmet. Azeita-se ao espelho com
comichão nas partes púdicas, simula um discurso e sente-se o Aznavour de “la
bohème” no excerto: - “Eu que morria de fome e você que pousava nua”.
Simbolicamente, descreve a sua personagem inicial na República e a esfinge que
a representa. E porque se conquistou de
abril – que não o nosso – quer mostrar que o seu abril é como o Natal mercantil.
E sempre quando um homem quiser. O nascimento do menino, o presépio cheio de
neve, muitas prendinhas e o pai natal anafado a descer pela chaminé, após
estacionar a carroça e prender as renas a um pinheiro cheio de luzinhas a
tilintar. As ovelhinhas a berregar e o carneiro todo lampeiro atrás de nós para
nos comer por lorpas. Cochicham.
Creem que o Covid 19 é um
anarquista que se situa entre o 24 de abril de 1974 e o dia de hoje. Sem mais
nenhum dia, simplesmente estes dois. É um fascista disfarçado de populista.