VISITAS

quarta-feira, 15 de abril de 2020

O JOGAR À BOLA DE CALÇÕES. MAS UM VÃO DE CALÇAS OUTROS DE SAIAS. I

Arrigo Sacchi disse um dia: - "O futebol é a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes”. Obviamente que assim o é. E agora mais que nunca. No entanto não compreendo a atitude da Federação Portuguesa de Futebol ao anular a competição feminina na sua elite   quando tem ainda em aberto a competição masculina. ISTO É DESCRIMINAÇÃO.
Venho ao longo de muitos anos a dizer que o futebol feminino é igual, mas é diferente em tudo. E para sustentar a minha tese falo na especificidade dos indivíduos que o praticam. Biologicamente pela sua anatomia, fisiologia e genética. Diferenças cromossômicas e hormonais. Maturidade sexual. Processamento de informações. Desempenho em actividades físicas. Quantidade de gordura… E a diferença da voz também se pode ter em consideração para o efeito de não ter a mesma gravidade de se fazer ouvir e reivindicar.

Como treinador aprendi que também há outras conjugações a retirar dessas especificidades. A titulo de exemplo mais incisivo e de uma ordem alicerçada no mais natural da ocorrência, quantas vezes tive que interromper um treino para que uma - ou mais atletas - fosse praticar a sua higiene pessoal por causa da menstruação. E o quanto isso condiciona nas suas etapas o seu desempenho antes, durante e no depois.

A grosso modo o Futebol Feminino tem vindo a crescer, mas numa postura marginal. A massificação ainda é uma realidade de efervescências localizadas e que pode retalhar a competitividade no seu computo geral. A segunda divisão já é um bom augúrio. Zona norte / Zona Sul. Mas a divisão que a lhe fica atrás tem que ser bem ponderada e nunca pode ser deixada à consignação das Associações.
… … … … …