O
que se passa na sociedade é algo de um conto baseado: - … em nada é definido,
tudo é ao acaso… dos conceitos de Friedrich Nietzsche e do idealismo e
romantismo de Miguel de Cervantes.
Falamos
de democracia como um pitéu apetecível, mas indigesto. A república coloca-nos a
todos no mesmo pedestal, mas a opulência dos mais fortes, subjuga-nos a
liberdade. Somos escravos de algoritmos. Invertemos a interpretação identitária
do adolescer com a maturidade do seu acontecer. Perpetuamos o usufruir
influências com a preservação castradora da alternância.
Vimos,
assistimos e consentimos indivíduos a monopolizar cargos e lugares como se
fossem os donos disto tudo. Inventou-se a limitação. Ergueu-se a analogia da
experiência. O “Know-How” …. Deu-se alento aos “salta-pocinhas”.
Estou a falar de desporto. O que se passa é algo de preocupante e muito
desolador.
Misturou-se
política com desporto. E uma sede, tornou-se um berçário de políticos em
aleitamento e um albergue de ex-políticos.
O
que se passa no futebol distrital é um absurdo. Aliás, é a herança de um quádruplo
fruto “bento” entre autarcas que tiveram palco em terras de Cantanhede, Lousã, Soure
e Vila Nova de Poiares. Tempos idos de poisio, convertido em poiso de safra.
Colheu-se, colhe-se o que se semeou.
Sobejou
até aos dias de agora, o mais “desperto” e “diplomata”.
Foi
– é - o andar para a frente e quem teve / tiver mais arrebito, é que tocou /
toca viola. Quem está ligado ao fenómeno desportivo assiste a um solipsismo e
capachismo deveras confrangedor e castrador. Distritalmente somos uma
pasmaceira desportiva ao lado das outras congéneres que fazem fronteira
connosco.
Gere-se.
Aleita-se. Ensaiam-se danças e corridinhos no ora vais tu, ora fico eu, num
gira que gira de cadeiras. Por vezes chega-se a confundir quem é o mordomo e o
aristocrata.
Deixando
as congruências de Friedrich Nietzsche em paz e os fulgores emocionais de
Miguel de Cervantes em guerra, assumo que sou critico em relação à Instituição
que congrega os clubes do futebol. E que não aplaudo “mutações”. Representa o
mesmo “status quo”. Um puxar para cima o situacionismo vigente.
Quero
sentir novas eleições para purificar estigmas e apurar legitimidades sucessórias,
após o caos que foram as anteriores.
Como
espero que apareça como oposição não um ex-governador… ou o ex-autarca (da tríada
apeada). Quero lá um líder que tenha transpirado futebol e continue a ter odor
ao futebol. Mesmo que só tenha jogado na singela “Beterraba FC”. Tendo a sua
agenda curricular o “Know-How” ingênuo de nada saber destas andanças e
andarilhos dos bastidores. Que tenha sido matriculado na escola do lado
contrário da rua, aonde os sabichões disto tudo, se adoutrinam.
Reparo
com desagrado a eleição de Pedro Proença na Federação Portuguesa de Futebol,
vindo da Liga Portugal. Como sou contra a candidatura de Fernando Gomes vindo
da Federação Portuguesa de Futebol ao Comité Olímpico Nacional.
É
nisto que a nossa democracia sofre de macrocefalia. Existem “carolas” maiores
que o corpo da nossa humilde estatura pública, educação cívica e propósitos
democráticos.
-
Porque será que o populismo e os charlatões proliferam!?
-
Não será, porque é o único impulso que muita gente julga ter – dar-lhes voz e
manejo - para no contexto que vivemos, dizermos não aos metediços “cabeçudos” e
afins!