Simpatize-se,
ou não, com Jaime Soares, existem méritos que reconhecidamente, eu lhe outorgo
sem estigmas ou falsas modéstias. Jaime Soares – tal como eu previa e o escrevi
no meu Blogue – no seu tempo, deu um ar da sua graça. E no seu jogo de xadrez, usou
um dos cavalos e deu um salto em “L” para a esquerda (passado) e prepara-se
para dar outro salto em “L” para a direita (Futuro). Conforme o deixou
explicito no seu discurso de trespasse de poder.
Ele é um
animal político, um político de mão cheia. (Sobre o seu consulado, benfeitorias,
cristalização, endeusamento, companhias, promiscuidades, manigâncias e
desvaneios, já o escalpelizei nos meus escritos e sedes próprias.) Nada, tenho
a acrescentar.
Agora,
sobre as contas do Município após o actual Presidente afirmar que não vai
mandar fazer uma auditoria externa, ele veio a terreiro dar-me razão. O homem
mesmo sendo previsível – para mim – “encasquetou” que a grosso modo a coisa é
assim:
- (“Jaime Soares disse à agência Lusa que a
dívida do município, que liderou durante quase 40 anos, ascendia a
18.558.473,86 euros, no dia 22 de outubro, data em que a presidência foi
assumida por João Miguel Henriques, eleito pelo PS.
O dirigente
social-democrata disse que "não se pode confundir passivo com
dívida".
Na segunda-feira, João
Miguel Henriques revelou ter herdado uma dívida municipal superior a 30 milhões
de euros.
O autarca socialista
disse que o passivo já apurado é superior a 27,5 milhões de euros, a que se
junta uma alegada dívida de dois milhões de euros à Águas do Mondego.
"Há cerca de 1,5
milhões de euros de possível dívida a esta empresa, mas o município não
concordou com os valores, estando a aguardar a decisão do tribunal",
contrapôs hoje Jaime Soares.
Os empréstimos a médio e
longo prazo totalizam 15.922.610,68 euros, enquanto os empréstimos a curto
prazo rondam os 390 mil euros, disse.
As dívidas a fornecedores
elevam-se a 2.245.863,18 euros, segundo os dados que facultou à Lusa.
"O que perfaz cerca
de 18 milhões e meio de euros. Esta era a dívida real do município de Vila Nova
de Poiares, no dia 22 de outubro", assegurou.
Jaime Soares disse que
João Miguel Henriques "incluiu nas contas 9.006.092,51 euros de passivo,
que não são dívida real" da autarquia.
"São ativos que têm
de aguardar cinco anos. Após conclusão das obras e investimentos, estes valores
são integrados no património municipal", adiantou.
Trata-se de
"proveitos diferidos de financiamentos comunitários e outros, no valor de
8.615.362,47 euros, que passarão para o ativo à medida que as obras vão sendo
recebidas".
A esta importância,
"juntam-se 168.675,23 euros de impostos consignados ao Estado, entregues
mensalmente, mais valores consignados a outras entidades e cauções de
empreitadas para garantia de obras, no montante de 222.054,71 euros", o
que totaliza os referidos 9.006.092,51 euros, esclareceu Jaime Soares.
"A partir de
setembro do próximo ano, vão entrar mensalmente nos cofres da Câmara receitas
das águas, saneamento e lixo entre 110 a 130 mil euros, por cessação dos
créditos do município à Caixa Geral de Depósitos", acrescentou.
Este valor mensal
"pode ainda ser aumentado se a Câmara atualizar as taxas destes serviços,
que há mais de cinco anos não tiveram qualquer aumento", realçou o antigo
presidente.
Por outro lado, a dívida de 2.245.863,18 euros aos
fornecedores poderá ser atenuada com uma verba de 900 mil euros do Plano de
Apoio à Economia Local (PAEL), que a Câmara receberá logo que entregue "os
necessários documentos" ao Tribunal de Contas.” In, Noticias ao Minuto)
A
divulgação que o actual Presidente fez das contas do Município nos órgãos de
comunicação social, antes de a fazer na Assembleia Municipal que vai ratificar
o Orçamento, Grandes Opções do Plano e Plano Plurianual de Actividades para o
ano 2014, foi um erro. Lá, colocava os seus Membros a par da situação - e no
local próprio - pedia explicações e responsabilidades. E submetia ou não aos
seus eleitos a decisão de se fazer uma auditoria – fosse ela qual fosse - com
uma condição, queria a unanimidade dos votos dos presentes. Depois para a
acompanhar, propunha uma comissão preenchida com membros de ambas a bancadas,
para que a sua credibilidade fosse imaculada. E nessa concordância colocava o ónus
da questão na sua oposição. Obviamente, que estes não aceitariam essa condição,
e tombava por terra a estratégia de Jaime Soares. E João Henriques colocava em
cheque o rei (deposto) e preparava-se numa jogada de mestre para lhe dar cheque
mate no próximo Feriado Municipal.
Assim, só
existe uma hipótese, para inverter o jogo de xadrez … de o cavalo dar o salto
para a esquerda (e “expurgar” o passado) e o outro cavalo dar o salto para a
direita (e dizer presente ao futuro), na minha modesta opinião. Mas… vale o que
vale e não é vinculativa a nada!
Agora que
avisei, avisei!