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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

“Jaime Soares nega dívida de 30 milhões na Câmara de Poiares”. - Em que ficamos, agora?

Simpatize-se, ou não, com Jaime Soares, existem méritos que reconhecidamente, eu lhe outorgo sem estigmas ou falsas modéstias. Jaime Soares – tal como eu previa e o escrevi no meu Blogue – no seu tempo, deu um ar da sua graça. E no seu jogo de xadrez, usou um dos cavalos e deu um salto em “L” para a esquerda (passado) e prepara-se para dar outro salto em “L” para a direita (Futuro). Conforme o deixou explicito no seu discurso de trespasse de poder.  
Ele é um animal político, um político de mão cheia. (Sobre o seu consulado, benfeitorias, cristalização, endeusamento, companhias, promiscuidades, manigâncias e desvaneios, já o escalpelizei nos meus escritos e sedes próprias.) Nada, tenho a acrescentar.
Agora, sobre as contas do Município após o actual Presidente afirmar que não vai mandar fazer uma auditoria externa, ele veio a terreiro dar-me razão. O homem mesmo sendo previsível – para mim – “encasquetou” que a grosso modo a coisa é assim:

- (“Jaime Soares disse à agência Lusa que a dívida do município, que liderou durante quase 40 anos, ascendia a 18.558.473,86 euros, no dia 22 de outubro, data em que a presidência foi assumida por João Miguel Henriques, eleito pelo PS.
O dirigente social-democrata disse que "não se pode confundir passivo com dívida".
Na segunda-feira, João Miguel Henriques revelou ter herdado uma dívida municipal superior a 30 milhões de euros.
O autarca socialista disse que o passivo já apurado é superior a 27,5 milhões de euros, a que se junta uma alegada dívida de dois milhões de euros à Águas do Mondego.
"Há cerca de 1,5 milhões de euros de possível dívida a esta empresa, mas o município não concordou com os valores, estando a aguardar a decisão do tribunal", contrapôs hoje Jaime Soares.
Os empréstimos a médio e longo prazo totalizam 15.922.610,68 euros, enquanto os empréstimos a curto prazo rondam os 390 mil euros, disse.
As dívidas a fornecedores elevam-se a 2.245.863,18 euros, segundo os dados que facultou à Lusa.
"O que perfaz cerca de 18 milhões e meio de euros. Esta era a dívida real do município de Vila Nova de Poiares, no dia 22 de outubro", assegurou.
Jaime Soares disse que João Miguel Henriques "incluiu nas contas 9.006.092,51 euros de passivo, que não são dívida real" da autarquia.
"São ativos que têm de aguardar cinco anos. Após conclusão das obras e investimentos, estes valores são integrados no património municipal", adiantou.
Trata-se de "proveitos diferidos de financiamentos comunitários e outros, no valor de 8.615.362,47 euros, que passarão para o ativo à medida que as obras vão sendo recebidas".
A esta importância, "juntam-se 168.675,23 euros de impostos consignados ao Estado, entregues mensalmente, mais valores consignados a outras entidades e cauções de empreitadas para garantia de obras, no montante de 222.054,71 euros", o que totaliza os referidos 9.006.092,51 euros, esclareceu Jaime Soares.
"A partir de setembro do próximo ano, vão entrar mensalmente nos cofres da Câmara receitas das águas, saneamento e lixo entre 110 a 130 mil euros, por cessação dos créditos do município à Caixa Geral de Depósitos", acrescentou.
Este valor mensal "pode ainda ser aumentado se a Câmara atualizar as taxas destes serviços, que há mais de cinco anos não tiveram qualquer aumento", realçou o antigo presidente.
Por outro lado, a dívida de 2.245.863,18 euros aos fornecedores poderá ser atenuada com uma verba de 900 mil euros do Plano de Apoio à Economia Local (PAEL), que a Câmara receberá logo que entregue "os necessários documentos" ao Tribunal de Contas.” In, Noticias ao Minuto)
A divulgação que o actual Presidente fez das contas do Município nos órgãos de comunicação social, antes de a fazer na Assembleia Municipal que vai ratificar o Orçamento, Grandes Opções do Plano e Plano Plurianual de Actividades para o ano 2014, foi um erro. Lá, colocava os seus Membros a par da situação - e no local próprio - pedia explicações e responsabilidades. E submetia ou não aos seus eleitos a decisão de se fazer uma auditoria – fosse ela qual fosse - com uma condição, queria a unanimidade dos votos dos presentes. Depois para a acompanhar, propunha uma comissão preenchida com membros de ambas a bancadas, para que a sua credibilidade fosse imaculada. E nessa concordância colocava o ónus da questão na sua oposição. Obviamente, que estes não aceitariam essa condição, e tombava por terra a estratégia de Jaime Soares. E João Henriques colocava em cheque o rei (deposto) e preparava-se numa jogada de mestre para lhe dar cheque mate no próximo Feriado Municipal.
Assim, só existe uma hipótese, para inverter o jogo de xadrez … de o cavalo dar o salto para a esquerda (e “expurgar” o passado) e o outro cavalo dar o salto para a direita (e dizer presente ao futuro), na minha modesta opinião. Mas… vale o que vale e não é vinculativa a nada!
Agora que avisei, avisei!