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domingo, 26 de fevereiro de 2017

A tirania da memória sem gratidão! (Politicamente falando)

Todas as comunidades possuem as suas referências, veneram-nas e respeitam-nas. Desde as confissões de fé, clubes desportivos, partidos políticos e colectividades recreativas e culturais… nunca as deixam morrer no esquecimento tornando-as referências imortais.
O que se passou nas Lavegadas perpetuado pelo Executivo da Freguesia sobre a toponímia é um embuste, um delito de identidade, uma mesquinhez cultural, uma camuflada brincadeira de carnaval de muito mau gosto, uma hipocrisia saloia, uma leviandade primata, um rebusco que identifica “três, quatro pessoas sondadas”, um negligenciar regras e condutas previamente estabelecidas e um omitir de compromissos. Implode de inveja e de intrigas de exiguidade.
Por razões obvias eu tenho em minha posse os mapas que tem as propostas de topónimos das Lavegadas aprovados pelas pessoas que realizaram essa reunião. E o nome do Dr. Antonino Henriques consta lá numa rua que ao libre arbítrio – do Executivo das Lavegadas -  agora se chama Rua Principal. O espaço de pesquisa para dar conhecimento às povoações ficou reduzido a umas abordagens informais e sem critério.
Informo que no meu tempo de Presidente das Lavegadas o Dr. Antonino Henriques mais dois ilustres cidadãos foram homenageados tendo sido exarado um livro de actas oficial com o curriculum de cada um. Tanto que os outros insignes cidadãos fazem parte da toponímia da Freguesia. Assim como posteriormente foram homenageados da mesma forma três campeões nacionais e internacionais e medalhados nos jogos Paraolímpicos. Sem falar na homenagem á Dona Celeste…   
O Dr. Antonino Henriques que no Jornal “O POAIARENSE” tinha uma rúbrica que se chamava “As Nossas Aldeias” na qual nos deixou enormes pistas para podermos fazer uma toponímia digna da nossa história…
No “O Poiarense” nº 87 datado de 92/02/19, em toda a primeira página lê-se: “Morreu o Dr. Antonino Henriques. Baluarte das Letras e da Cultura. Poiares perdeu um dos seus filhos mais ilustres.  “O Poiarense” presta a última homenagem ao Homem inteligente, ao Homem bom e ao seu grande mentor, agradecendo-lhe respeitosa e emocionadamente o legado que deixou ao nosso concelho. Deixamos aos nossos leitores e amigos parte da última e magnifica intervenção do Dr. Antonino Henriques, aquando das comemorações do Feriado municipal de 13 de janeiro ultimo.”
Para não ser fastidioso poderia enumerar inúmeros outros testemunhos que possuo no meu basto arquivo, mas não vale a pena… Pois sobre a “tese” do Dr. Antonino Henriques estamos sobre um escândalo que se sustenta num pelotão de responsáveis após a última reunião da Assembleia Municipal realizada na linda Aldeia da Moura Morta.   Foi ostracizado pela esmagadora maioria dos agentes políticos do Município e eleitos da Assembleia Municipal – sem falar do desastrado mentor deste homicídio histórico. Nada fizeram ou prepararam para corrigir e validar tal omissão, tornando-a real na nossa toponímia. A inércia imperou e ao bom estilo de outrora “já não há remédio” porque a “moléstia” que enferma isto enraizou-se no também não menos celebre. “eu quero, mando e posso”. A única pessoa que efusivamente se pronunciou sobre o assunto, desmascarando o desleixo como tudo isto foi feito e tentou contribuir com algumas propostas para uma resolução digna foi a Dra. Carla Lima. Assim como a Dona Alzira se insurgiu contra a maneira descuidada como todo este processo se desenrolou...  
É preferível para a esmagadora maioria dos eleitos cumprir prazos políticos sem critérios de imparcialidade, fundamentação, sentido de lealdade com a história e muito em particular em conformidade com a representatividade que lhes foi conferida pelo voto popular para administrarem o nosso território e zelar pelos valores da nossa identidade recreativa, cultural, cívica e histórica.
Assim a toponímia nas Lavegadas tornou-se numa falácia abençoada por quase todos.
Se por causa das eleições autárquicas que se avizinham não há condições politicas para o processo se desenrolar de forma normal, pacifica e urbana para restituir um filho ilustre da nossa história à nossa toponímica, pura e simplesmente protelava-se as Lavegadas para o primeiro ano da próxima legislatura e não seria vergonha nenhuma para ninguém.

Caso se insista em levar por diante esta intentona haverá com certeza alguém que se insurgirá da maneira mais adequada para providenciar que se faça a mais elementar justiça.