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terça-feira, 24 de março de 2020


UMA POÇÃO DE HUMANIDADE.

Trecho 6 / Março, 24 de 2020

O caracol cuja velocidade de ponta atinge 0,047 km/h em média é um ranhoso do caraças. A “casa” que trás ás costas representa o seu esqueleto e é feita de calcário a qual pesa pouco mais que um terço total do seu arcaboiço. Os tipos não ouvem. Sendo o tacto e o olfacto os seus guias directores. Pouco enxergam com os olhos que estão instalados nos “cornos” maiores. Os órgãos genitais ficam paralelos à boca acompanhados das “válvulas” que bombeiam o ar cujos depósitos estão dentro da carapaça. 
Além de serem moncosos os pacholas são dorminhocos. Podem ter sonecas de três anos o que representa 10% da sua longevidade.
Podem ser carnívoros – minoria - como herbívoros e adoram noitadas. São vorazes tendo como barómetro a humidade e as estações do ano. E possuem um espirito nutriente tipo camelo nas temporadas secas.
São animais hermafroditas. Cada um possui uma pilinha e uma pipi, mas mesmo assim precisam de um parceiro para fazer a cópula e se difundirem. 
Há quem os coma. A caracoleta (Helix aspersa) de jardim é a mais comum entre nós e a que nos causa mais estragos nas cartas que são depositadas nas caixas de correio. E há outros que os usam na pele sem o saber. Possuem enzimas que reparam e cicatrizam as rugas além de serem hidratantes e antioxidantes. No mercado existem inúmeros produtos de cosmética com a sua comparência.
A nossa classe politica está empestada destas azémolas. Ambulam au ralenti. Arrastam-se por longas sonatas no sistema politico. São de uma enfadonha estrutura e de uma patologia congénita a que poucos dos cinco sentidos escapam. Nunca sabemos o que representa o estojo que comporta a língua e os dentes.  Se o gargalo de um depósito de ar contaminado ou um órgão produtor de petas, aldrabices e afins.
E como no meu jardim só por lá circulam os caracóis que deixo e consinto. E ao desabafar com esta sinceridade espero não aPANtufar uns iluminados que comeram de toda a porcaria para cá chegarem e agora dizem-se veganos ou vegetarianos. Numa figura de estilo que abranja os dois requintes gastronómicos , digo que são uns alfacinhas borbulhentos. Que no meu calão alimentício é o mesmo que: - copinhos de leite. Os quais se esquecem que a ração de alguns animais possui carne de alguns parentes dos bichos. Partindo de o pressuposto de todos também serem primos e primas, como nós. Tenho que acrescentar que não me incomoda que os tipos não comam carne e os derivados dos animais. O que me chateia é censurarem-me a que eu herdei e me satisfaz plenamente fazendo de mim um rapaz espadaúdo, rosado e corado.
A fase colectiva que atravessamos não se parece nada com a aparência do meu jardim e muito menos com o da Celeste. E como é uma evidência insofismável, creio que após esta tormenta que nos murcha muitas flores do nosso logradouro nada jamais será igual. Não o podemos permitir.


(a "coisa" vai seguir).