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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A saga continua... nem Pilatos faria melhor!

Da concelhia que foi usada para sustentar o poder ao longo de quase quatro décadas, por cá, não saiu o fumo branco que o jornal oficial do partido consignava no seu edital. O poder não foi outorgado a ninguém. Deu somente os congressistas para a reunião magna que confirmará a liderança do partido a nível nacional.
Tem muitas leituras possíveis, mas para mim tem uma que é a mais plausível.
Baseada em nunca ter sido um espaço de divergência ou convergência politica sustentada na pluralidade, sempre foi aparelhada para ser manipulada para ter um só intento, ter uma só vontade e possuir um só verbo. Foi (e ainda é) a única concelhia a nível nacional que foi, “vira o disco e toca o mesmo”. O mesmo, mais os mesmos, e/ou os mesmos mais o mesmo! Versão que se ia actualizando - por afastamentos cirúrgicos (mediante a ousadia e questionamentos de uns poucos) - com a obediência cega de uns quantos com fome de protagonismo e temperada ainda, com a contrabalança ingénua de outros.
E, depois, para rematar o cerne da questão, não existem militantes disponíveis para serem trucidados pelo aparelhismo politico que graça aos interesses instalados…   
Agora, porque sim e porque não, fica em banho-maria a sua nomenclatura. Até que a poeira assente… e no seu momento – o mais próximo de condizer o mandato da concelhia com as decisões autárquicas - (o “locatário”), (se a “Mudança Tranquila” não o brindar com as suas responsabilidades e o desarmar), aparecerá como o deus/salvador e impingirá os seus atletas, constituindo consequentemente, a sua equipa. O varão fará a anexação de outros intérpretes e provavelmente manterá alguns de, os mesmos (poucos), mas enroupados por outros fardamentos.    
Assim, eis-me resumidamente, chegados à minha leitura.
Agora sem o conforto fagueiro do poder e de uns quantos (os mesmos) se sentirem “usados” pelo (o mesmo) não houve quem se disponibiliza-se para uma investidura que requer abalizar uma tomada de posse. Não fosse a assinatura ter outros propósitos. Diz o ditado, “que gato escaldado de água fria tem medo”.
Os efeitos analgésicos do poder que cegava estão-se a dissipar e cada vez mais se sente a ausência de uma “liderança” musculada.  
Um partido que já teve a nível nacional várias lideranças, várias tendências de intervenção social, baseado no humanismo e reformismo, vê-se estatelado de cócaras neste concelho porque quem manipulou o seu espaço de intervenção saciou a sua massa analítica e crítica ao mesmo tempo que foi secando – delirantemente - as presumíveis fontes de sucessão. Aonde pressupunha sombras, derrubava. Segregou tudo e todos da sua área politica e rodeou-se da quinta divisão da terra de ninguém, provindos de outras latitudes e charnecas politicas.
Hoje o cenário é-lhe desolador. O partido se continuar a ser uma coutada privada, por cá, nem daqui a quarenta anos será poder. Não tem raízes cívicas. Não tem esqueleto orgânico nem administrativo. Não tem identidades criadas. Não tem identidades naturais. Não tem reservas intelectuais. Não tem nada de nada como estrutura representativa a não ser sócios quotizados e instrumentalizados. Consigna-se a ser uma das maiores vergonhas locais do partido a nível nacional, com o beneplácito de uma distrital “indiferente” e uma nacional aonde pairam muitos confrades. E para além do demais, estes votos todos conectados dão muito jeito ora a uns ora a outros confrades, mediante a facção a que o estratega confrade, encoste a cabecinha!  Pois há confrades e confrades!?
E de confrade para confrade… foi no dia da entrega dos prémios da XI Semana da Chanfana que a indigestão toldou, mais uma vez, a mente do progenitor de toda esta trapalhice política. Após a entrega dos prémios e sorrisos de circunstância para a fotografia - aonde os olhares foram cúmplices e ornamentados de carinhos e ternuras, lembrando uma família concomitante e provinda - empreendeu nos bastidores mais uma jogada no seu jogo preferido, tendo como receptor o seu atleta predilecto. Não lhe escorregando a mão do varão, destravou-se-lhe a língua e mimoseou o dito com os mais laudatórios, adjectivos, depreciativos. Responsabilizando-o de toda a conjuntura política que se vive nas hostes - da murcha – “A. R.” Foi um espectáculo deprimente, já que os poucos presentes que assistiram viram-se por simpatia a executar o encaixe. Não fosse o varão que define o grupo dos pontas de lança, escorregar da mão (do criador) – os suores começam a ser muitos – ainda hoje o dito estava a enfardar.
Não é por mais nada, mas por causa do constante espalhafato público, porque a malta precisa de descanso e sossego, para quando um bocadito de vergonha, de ambos?