Existem tempos de meditação e outros em que as certezas se aliam com tudo que nos dá essência e vida. Vivemos tempos de muitas incógnitas e momentos em que as estratégias se sobrepõem ás evidencias dos factos e razão.
Sempre
soube viver intrinsecamente ligado ao cordão umbilical das minhas convicções.
Nunca me destitui do direito critico que a liberdade me concede. Preservo
imenso a minha honestidade intelectual e o discernimento que essa faceta me
exige. Nunca me acomodei ao poder instituído, para me sentir bem e importante.
Tão pouco adapto esse caminho, para ter o direito de ser um cidadão com
mordomias e direito a protagonismos falaciosos.
Já
desconfiava antes do dia 18 de maio o que agora, após esse dia, constatamos e
passamos a conviver. O abrupto arriamento
da esquerda baseada na alucinação “woke” e a decadência da mensagem e vultos do
partido de Mário Soares, que numa estratégia suicida deu protagonismo a um só
deputado com advertências de inquirimento, regras e bons costumes. E que já
acompanhado por mais onze, idiotizou que se aparecessem mais, fragilizava o
partido de Francisco de Sá Carneiro. Esse doutoramento de estupidez e insanidade
política, tem rostos. Os mesmos que agora solicitam “caridade” para poderem resfolgar.
Ferro Rodrigues, Carlos Cesar, Augusto Santos Silva, Pedro Nuno Santos… coadjuvados
por meninos de “está-se bem” da creche do Largo do Rato e militantes e
apoiantes seguidistas destituídos de análise critica ou pudor. Os que entre
muitas omissões e negligências, nunca expressaram repúdio publico pelo líder que
vivia – e vive – “à grande e à francesa”, alegadamente pelo altruísmo de um
primo e mamã.
Sendo
o mentor e estratega maior, o sr. António Costa - um político trivial – que goza
agora a benesse de ser o Presidente do Conselho Europeu… … ….
E
nessas e outras incongruências. Indignações. Desregramentos. Ressentimentos.
Protestos. Concludente disrupção, os antifascistas de outrora, tornaram-se os neofascistas
de agora. Ironia das ironias. Repare-se que
a sul do Tejo só o distrito de Évora não se chegou ao Chega. Mas há a “Necessidade
de uma acção comum para enfrentar os interesses reacionários”. Para que não
reste dúvidas – atentemos - na leitura de um texto mui ficcionado: - “CDU é a
expressão do compromisso”, afirmou o Camarada Geral.
De
alucinação…, em delírio inato, o PCP atira-se para o barranco de um reguengo do
que sobejará… para não falar do que
aconteceu no Alvito… e afins.
A única esquerda que emergiu foi a europeísta e sem conotação com o exercício de poder recente…
Espasmo
do pasmo, agora, alguns socialistas insurgem-se contra a sua rogada “exclusiva”
arma, “o voto popular”. E levantam
fantasmas num “placard” de frases de intelectuais – o mais requisitado é o
escritor que escreveu o “Ensaio sobre a Cegueira” - para acordarem para a vida
plena da democracia pluralista e abrirem a pestana para banhos de humildade e águas
medicinais para fortalecer o esqueleto. Querendo insinuar que actualmente a
esmagadora maioria do eleitorado é jumento e eles os imperecíveis iluminados.
-
Será que esta gente não tem a capacidade de um acto de contrição!? – a ser
assim são e tornam-se tão burlescos.
Tempos de apreensão nos aguardam. Momentos desse tempo, exigem-nos ponderação e intervenção.
A
ascensão do Chega é preocupante porque se baseia no culto da personalidade,
estigmas de avaliação comportamental…, demagogia…, referências políticas internacionais
que não olham a meios para justificar os fins. O Chega, ostenta-se num discurso assertivo – repito,
DISCURSO - de denúncia e de razões de valores que nos definem como povo e pátria.
Um cardápio de assuntos que a esquerda estigmatizou como irrelevantes, com o
chavão inclusivo e segmentado numa babugem futurista de equidade social. Importa
é demonstrar compaixão como de um tratado de nacional socialismo se tratasse e rendas
se sustentação fossem.
O eleitorado do Chega é baseado na sua esmagadora maioria em cidadãos dignos e cientes de justiça social. Fartos da promiscuidade daqueles que fizeram da causa pública um jardim de aromas seus e sombras exclusivas dos seus agregados. É preciso resgatá-los para os espaços sociológicos da tolerância. Da equidade representativa baseada na idoneidade, rigor, transparência e meritocracia.
Tais
evidências, infelizmente são transversais a toda a sociedade e ao seu campo gregário.
A mim nessa denúncia, compete-me regressar ao espaço público como um dos seus agentes e assumir
a minha cidadania plena.