Estamos
todos na espectativa. Vila Nova de Poiares virou um ciclo da sua história. Existe
uma ansiedade política e social. Existe uma novidade, nova. Depois de quase
quarenta anos de uma democracia monoteísta que nasceu ditosa, cresceu rebelde por
ordem decrescente e se endeusou e cristalizou teimosamente por caminhos ímpios,
eis que abraçamos uma ideia que se chama “Mudança Tranquila” uma disposição
revolucionária que nos transmite o antidoto republicano contra as enfermidades anacrónicas
da déspota “monarquia”.
Uma
revolução abrange e absorve muitos dogmas políticos, energias sociais, diversidades
intelectuais, pessoalidades oprimidas e indivíduos expectantes … Mas torna-se um
importo válido quando derruba hábitos adquiridos de má porte, índole duvidosa
e derriba organogramas cooperativistas de interesses instalados.
E
um governo gerado desta panóplia de “activistas” não pode ser acéfalo nem acrítico.
Não pode negligenciar a sua génese impulsionadora independentemente dos seus galhardos
méritos. Os tempos que nos aguardam, não são para se fazerem percursos sozinhos
ou isolados. Não é para andar de peito feito “às balas” e expor-se a guerras
reais e outras fictícias contra moinhos de vento. Existe uma triagem a fazer,
existem critérios mais alvos e céleres que outros. E isso vai criar desgastes, inúmeras
canseiras, conflitos e inconfidências. E se for selectivo – sem abrangência politica
e social – sem partilha de experiências e saberes está condenado a absorver
todo o ónus das questões resolvidas e pendentes, criando inopinados desgastes.
Fazendo que o seu estado de graça seja ténue e pouco profícuo no porvir.