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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

POEMA - Feitiços de hipocrisia

A tosse que me mortifica é seca, num abraço, que a vos entrego.
As pragas que me impetram são quilates de sadias retornanças.  
As, alfinetadas que me impingem a troco de nada… vos as regro
por, mais nada que não ser as mesmas voltas… em esperanças!
 
Pós de chuva constipam as almas que se escondem nos meus pés
percorrem as minhas veias bramindo emudecimentos em revoltas
sobem, descem paredes, botam-se ao chão, ficam-se nos rodapés
fogem presos, libertam-se suspensos e ficam… sem pontas soltas!
 
O raio que vos parta – que me arrimam – vos assole os beiços e as mãos
vos carcoma as rezas que me devotam sem ser santo.
O ruço que vos carta – que me acirram – vos amole os eixos sem pagãos
vos coma as prezas que me debotam sem ser encanto.
 
Não sou católico, nem agnóstico, tão pouco indiferente
não sou melancólico… sou acróstico de mim… sou, gente.   
Como tal expurgo-vos com São Cipriano
e os mais fracos de espirito e indigentes.
Faço-me forte
atiro-vos berros
como um tirano
e galrejo-me…
de ver uns infelizes
folgados e mui contentes!
 
… … … …
ALBERTO DE CANAVEZES