Aproxima-se
a data da alforria cívica nas suas componentes, politicas, sociais,
recreativas, culturais e desportivas.
Novos
ventos ofegarão. Agora as coisas vão ser realmente aquilo que deverão ser. As
instituições vão aprender a viver baseadas na sua especificidade de mensagem e consequente
intervenção. Na sua capacidade de mobilização criativa e angariação de fundos
de maneio. A promiscuidade que até agora foi injectada e cultivada não tem
propensão para existir por várias razões, obvias. O Município ser representando
por gente nova, sem carreirismos políticos e subserviências, tem as suas
vantagens. Vai originar um acantonar de identidades de inúmeras Instituições.
Vai purificar a legitimidade estatutária de cada uma e fazer fluir a sua
democraticidade. Essa certeza, para mim é um dos maiores realces desta “Mudança
Tranquila”.
Vai
haver impasses, descaracterizações, reordenamentos, confusões e dissidências.
Mas isso faz parte do processo de regeneração e de um novo método de mediação
individual/colectiva. Será natural.
Haverá
o ressurgimento de novas iniciativas colectivas e dinâmicas de intervenção pública.
Será optimo. Esplêndido!
Como
habitante e cidadão eleitor, estou expectante enquanto ao futuro. Sei que “A
Mudança Tranquila” não nos prometeu o mundo e o seu fundo. Mas a sua mensagem
de propósitos contemplava muitas intervenções interactivas no sentido de
corrigir assimetrias e manobras rocambolescas de bastidores. Existem muitas
coisas que provavelmente lhes vão solicitar observações demoradas e atentas e
outras que exigem celeridade de execução. Mas as “101 medidas para Poiares”,
são exequíveis.
Não
é preciso muito, para dar funcionalidade a algumas iniciativas, basta saber
delegar – aos competentes – funções e exigir-lhes responsabilidades. Basta não
improvisar e saber construir a arte de estampar compromissos. Basta ter a
ousadia de saber ouvir e se fazer escutar. Basta criar, recriar e decifrar
novas estratégias e parcerias com todos os agentes activos da sociedade civil. Tão
só isso.
Espero
que as Instituições (regimentais) que tanto critiquei possam aproveitar esta “Mudança
Tranquila” para implementar a sua cartilha de sobrevivência com outros propósitos
que não a subsídio/dependência do Município.
Estarei
atento. Serei um observador leal e educado, mas sempre livre de opinar as
razões do meu entendimento de aprovo como de reprovação.
Nestes
tempos próximos, pretendo recatar-me na minha privacidade pessoal, familiar e de
amigos (alguns de quem premeditadamente me afastei...). Com um propósito,
lutar pelo - “trilho da verdade”, na procura de expurgar a honra que insidiosamente
me denegriram e enxovalharam.
Quanto
ao resto, vou estar na tomada de posse do novo Executivo Camarário e Instalação
da Assembleia Municipal, com deferência e respeito pelo acto. Não vou para
afrontar ninguém. Simplesmente - vou - porque mereço isso de mim.
Filhos, o
ajuste com a história da minha intervenção pública, que convosco celebrei, vai
ser, cumprido. Cessei a missão que a minha consciência me exigiu durante estes
anos. Agora só me falta honrar o nome do meu amado e saudoso Pai. Abundam
factos para isso, porque a verdade é pura, cristalina e desconcertante. Eu não
a temo. Aguardo-a tranquilamente no recanto do meu prometido anonimato. Eu em
mim!
Jorge Gonçalves