Hoje
apetecia-me dizer muita coisa e escrever o dobro. Percorri anos volvidos a fio
da minha vida, pessoal, cívica: - cultural, recreativa, desportiva; religiosa e
política. Basculhei os milhentos papéis que guardo devotadamente. Inaugurei em
mim um tempo que passado é-me presente. Confesso que tenho orgulho nos meus
actos. Alegria por nunca renunciar às minhas convicções. Ao trajecto que
percorri mesmo com aqueles de quem me arredei. Porque não me renego a mim próprio.
Rejubilo com a maneira como entrei na política e como dela saí. De nunca trair
quem me delegou ser seu rosto e voz, mesmo que isso me custasse a minha
tranquilidade e paz de espirito. De nunca fazer parte do monte que anuiu a uma
decisão sem a decifrar e discutir.
Mas
trago na alma, um jeito a mágoa, comigo. Apeei-me de ser associativo porque a minha
presença não era a solução, aportava problemas e ostracização. Fui perseguido
por delito de opinião politica e postura cívica, por quem se deu a esse mando. E
esse individuo foi ao longo destes anos denunciado sem subterfúgios. Agora que
a desventura lhe começa a bater à porta após anos de aventuras que lhe criaram
a ilusão de poder absoluto: eterno, não serei Juiz em causa própria. Aguardo
que as masmorras que aguilhoaram anos e anos da minha vida conheçam a luz do
dia. E que nessa claridade desponte a verdade nua e crua, sem estigmas ou contrafacções.
Não serei eu que o vendo no abismo o empurrará para o precipício, nem quem lhe
vá estender a mão para o acautelar dessa queda. Respeito muito as minhas rugas,
cabelos brancos e prantos. Perdoar – dizem que perdoa Deus – eu jamais o
desculparei. Porque sofri no corpo, actos conjecturados e premeditados ao
pormenor, que desvirtuaram o normal percurso da minha vida, através de rudimentos
irreparáveis e irreversíveis. Não sou hipócrita.
…
… …
Não
o sou de agora vítima, porque não me resignei a isso no passado. Mas julgo-me disponível
para dialogar com todos para ajustar a minha história a críticas de quem anestesiado
(por varias fraquezas e farturas) fez de mim a sua estória!
Creiam-me
disponível para ser julgado após ouvirem a minha versão documentada (sem
erratas), sem documentos forjados nem actas “canhoneadas”.