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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

POEMA - Apepsia Poética

O que é que se tem contra as consoantes!?


Ou até contra as vogais!?


- Amigo, hoje já não é como dantes!


Hoje até de todos os “uís” se fazem ais.


- Amigo, hoje já não é como dantes!


Hoje até de todos os ninhos saem pardais.


- Amigo, hoje já não é como dantes!


Hoje até de todos os germes se cultivam nos quintais.


- O que são: consoantes?


Diga!


Exponha o seu caso…


Vem me parecia, existem atenuantes!


Dói-lhe a barriga?


Atavie o seu casaco…


- O que são: vogais?


Atirou-as para o fundo do saco!?


… Mas que grande espiga.


Vem me parecia, existem cambiantes!


Não encontra: assacais?


- Amigo, hoje já não é como dantes!


Não encontra: arraias?


- Amigo, hoje já não é como dantes!


Não encontra: varais?


- Amigo, hoje já não é como dantes!



Existe tempo no tempo para que o tempo


Faça do tempo com que o tempo o tire do tempo!



Existe no momento
Um momento...


“Em que a fronte do artista…”
Confronte no momento


O momento para sair de pista.




- Já sabe o que são consoantes?


Não sabe que é que isso me importa!


- Já sabe o que são vogais?


Não tem problema, eu abro-lhe a porta.
- Se vai para a rua?


Quero lá saber se com, ou sem bornais!


É bom que a praça fique limpa e nua


Para ser nossa... do povo


...e jamais sua.


- Entendeu?


Quer que eu explique de novo?


Já agora!...


Problema seu…


Dê espaço a outro: vá embora.


ALBERTO DE CANAVEZES