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sábado, 1 de outubro de 2011

POEMA - A natureza numa silhueta

Vem aí uma estação do ano: o Outono


Depois de uma outra: o Verão


As folhas das árvores não têm dono


Começam a cair uma a uma pelo chão



Tudo o que na vida sobe e cresce


Tem uma época um pleito


Uma imagem de poder que se esmorece


Como uma mãe que amamenta do seu peito.



Mesmo a folha verde ou seca é livre


Até desaparecer como uma miragem


Não importa a sua estatura ou calibre


Que o vento a faça perder a imagem



Um homem, que vive em natureza


Sabe definir o seu espaço e tempo.


Aquele que concebe uma cria sem pureza


Faz um clone… num acto de contratempo



As realidades acontecem naturalmente


Aparecem e definem – se como uma folha


Mesmo que nela haja a sina de quem mente


O vento encarrega – se de a apoiar a uma rolha.



A natureza não se deixa manipular ...


Não se coíbe de repetir quatro estações


Agora aquele que quer ver o mundo girar na sua sombra.


Não sabe ver o sol brincar com a silhueta de uma pomba.



Alberto de Canavezes