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quinta-feira, 22 de março de 2012

POEMA - As duas...

Estou para aqui parado só. Sentado e triste


Numa vida já vivida… deambulo de um devir.


Na inacção agora. Alma numa fé que resiste


De um nada e no saber a quem o deva pedir.



Estou para aqui parado só. De pé em riste…


Num agarrar a morte, depois de a vida despir


Na alma de ontem. Na inacção que a persiste


De contentar-me de as duas idolatrar e servir.



Eu amo a vida.


O lufar que o seu caminho nos diz


Eu amo a morte.


O arfar que o seu caminho não diz



Eu amo a sina de ambas, As duas


E não me rogo de as desejar


Chamando ao sol o luar das luas


E ao cio o sol do meu adejar.


ALBERTO DE CANAVEZES